ONU exige investigação rápida a ataques aos armazéns do PMA no Sudão

Publicado: 18/01/2022, 16:40
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A ONU exige uma investigação rápida aos ataques aos armazéns do Programa Mundial de Alimentação (PMA) na região sudanesa do Darfur, que obrigaram a organização a suspender as suas operações, e defendeu que ataques destes "nunca mais devem acontecer".

 "Quaisquer ataques desta natureza devem ser rapidamente investigados e nunca mais devem acontecer", disse o coordenador humanitário e representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) no Sudão, Axel Bisschop, citado num comunicado a que a Lusa teve hoje acesso.

Segundo o comunicado, representantes de quatro agências da ONU (PAM, ACNUR, UNICEF e OCHA - Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários) visitaram entre domingo e segunda-feira a capital do estado de Darfur do Norte, El Fasher.

O PAM suspendeu no final do ano passado as suas operações naquele estado após grupos armados terem saqueado e destruído os seus três armazéns em El Fasher, roubando 5.300 toneladas de alimentos e provocando perdas de 12,7 milhões de dólares (11,2 milhões de euros).

"Estes atos de violência constituem um ataque direto às pessoas mais vulneráveis do Sudão, que foram injustamente privadas da assistência alimentar de que tanto precisam", lamentou a ONU no comunicado, datado de segunda-feira.

Segundo o documento, após avaliar a destruição dos armazéns, os dirigentes das agências da ONU reuniram-se com as autoridades locais, incluindo governadores estadual e regional, comandantes da polícia e das forças armadas sudanesas e o comissário estadual para a ajuda humanitária.

Os representantes foram convidados a ver a recuperação de bens saqueados em curso e as autoridades "comprometeram-se a investigar os ataques 'com conclusões concretas que identifiquem os atacantes e os levem à justiça para sentirem toda a força da lei'", acrescenta o comunicado.

Em declarações recentes à Lusa desde Cartum, a porta-voz do PAM no Sudão, Leni Kinzli, disse que apenas uma "parte mínima" dos bens saqueados foi recuperada.

Acrescentou que a organização espera retomar em fevereiro a distribuição de alimentos no Darfur do Norte, já que a suspensão das operações priva quase dois milhões de pessoas de assistência alimentar.

Segundo o comunicado da ONU, a insegurança tem vindo a aumentar significativamente desde novembro na região, o que ameaça as operações de assistência e coloca comunidades já vulneráveis em risco de perderem o apoio de que precisam.

A organização estima que, em 2022, cerca de 14,3 milhões de pessoas precisem de assistência humanitária no Sudão e que uma em quatro pessoas no país sofra de insegurança alimentar.

Em 2021, a assistência humanitária alcançou 8,1 milhões de pessoas no Sudão e o plano de resposta humanitária para 2022 prevê que a ajuda chegue a 10,9 milhões de pessoas vulneráveis, num custo de 1,9 mil milhões de dólares. (RM-NM)

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