Candidato da oposição nas presidenciais no Uganda desiste de impugnação

Publicado: 22/02/2021, 12:43
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O candidato da oposição mais votado nas últimas eleições presidenciais no Uganda, Bobi Wine, anunciou hoje que vai retirar uma queixa que visava anular a vitória do Presidente Yoweri Museveni nas eleições de 14 de Janeiro.

 

Robert Kyagulanyi Ssentamu, nome verdadeiro do deputado e antigo músico Bobi Wine, referiu que deu instruções aos seus advogados para iniciarem o processo de retirada da petição, apesar de o Supremo Tribunal do Uganda se preparar para começar a ouvir as provas, depois de receber declarações sob juramento relativas ao caso.

"Decidimos retirar o caso do (Supremo) Tribunal e devolvê-lo ao tribunal do povo", afirmou Kyagulanyi Ssentam, em declarações numa língua local do país.

O opositor acusou os tribunais do Uganda de estarem cheios de "homens-sim" nomeados por Museveni e de não esperar uma decisão justa por parte do painel de nove juízes.

O deputado disse ainda que, em breve, informará os seus apoiantes sobre os seus próximos passos.

Na semana passada, Kyagulanyi Ssentamu exigiu que, pelo menos, três juízes pedissem escusa na apreciação do caso, com o argumento de que estariam comprometidos por laços com Museveni.

O presidente do Supremo ugandês, Alphonse Owiny-Dollo, contestou na semana passada a acusação, em comentários da própria sala de audiências, afirmando que tinha havido uma tentativa de "chantagem" do tribunal.

Não é ainda claro como irá o poder judicial responder à decisão de Bobi Wine retirar o caso de impugnação das eleições. Os advogados de Museveni advertiram já que o político não poderia retirar o caso sem enfrentar consequências.

"Se ele optar por esse caminho, iremos para os custos", avisou Oscar Kihika, advogado de Museveni, em declarações ao jornal local, New Vision, citadas pela agência Associated Press, referindo-se a uma eventual punição que o tribunal poderá determinar.

Museveni foi declarado vencedor das eleições com 58% dos votos, contra 35% de Bobi Wine. O político considerou os resultados fraudulentos, e alegou estar em posse de provas de que soldados encheram urnas, votaram em nome de pessoas e afastaram eleitores das mesas de voto.

Bobi Wine começou por dizer que não queria lançar um desafio legal porque a perda num tribunal validaria a vitória de Museveni. Hoje foi um pouco mais longe e afirmou que tinha deixado de confiar que este Supremo fosse um "tribunal justo", depois de ter decidido rejeitar dezenas de declarações juramentadas, alegadamente apresentadas depois de um prazo limite.

Museveni venceu já outras impugnações legais às suas vitórias eleitorais, e vários analistas haviam já previsto que seria pouco provável que os juízes decidissem contra o chefe de Estado.

O Presidente, que detém o poder no Uganda desde 1986, rejeitou as alegações de fraude eleitoral, considerando estas eleições "as mais isentas de fraude" desde a independência da antiga colónia britânica em 1962. (RM-NM)

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