M23 e Governo congolês assinam no Qatar acordo de cessar-fogo

Publicado: 19/07/2025, 22:43
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O grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), apoiado pelo Ruanda, e o Governo da República Democrática do Congo (RDC) assinaram hoje um acordo de cessar-fogo para pôr fim aos combates no leste daquele país africano.

De acordo com a Agência France Press, na declaração de princípio, assinada hoje no Qatar, após três meses de conversações, lê-se que "as partes comprometem-se a respeitar o seu empenho num cessar-fogo permanente".

O M23, que ocupou vastas áreas do leste da RDC, ricas em minerais, numa ofensiva relâmpago em Janeiro e Fevereiro, quis negociar o seu próprio acordo de cessar-fogo com Kinshasa, depois de o seu aliado ruandês ter assinado um acordo de paz em Washington no mês passado.

"Esta declaração [assinada hoje] tem em conta as linhas vermelhas que sempre defendemos, em particular a retirada inegociável do M23 das zonas ocupadas, seguida da implantação das nossas instituições governamentais", disse à agência EFE o porta-voz do Governo da RDC, Patrick Muyaya.
O conflito no leste da RDCongo agravou-se no final de Janeiro, quando os rebeldes se apoderaram de Goma e Bukavu, capital do Kivu Sul, ambas na fronteira com o Ruanda e ricas em minerais como o ouro e o coltan, essenciais para a indústria tecnológica e para o fabrico de telemóveis.

Desde a intensificação da ofensiva do M23, cerca de 1,2 milhões de pessoas foram deslocadas nestas duas províncias, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Além disso, os confrontos que eclodiram em Goma e nos seus arredores fizeram mais de 8.500 mortos em Janeiro, segundo o ministro da Saúde Pública democrático-congolês, Samuel Roger Kamba, no final de Fevereiro.

A actividade armada do M23, um grupo constituído principalmente por tutsis vítimas do genocídio ruandês de 1994, recomeçou no Kivu Norte em Novembro de 2021 com ataques relâmpagos contra o exército governamental.

O leste da RDCongo está mergulhado em conflitos desde 1998, alimentados por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU (Monusco). (RM /NMinuto)

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