
O presidente norte-americano, Donald Trump, exerceu, esta sexta-feira, pressão sobre a Ucrânia para que concorde com o seu plano de paz preparado com a Rússia, idealmente dentro de uma semana, frisando que a proposta "tem de ser" conveniente para Kyiv.
"Tem de ser [uma proposta] aceitável para eles, e se não gostarem, bem, já se sabe, podem simplesmente continuar a lutar", frisou o chefe de Estado norte-americano, quando questionado sobre a rejeição do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, da sua proposta.
Durante uma conferência de imprensa no Sala Oval, enquanto se reunia com o presidente eleito da Câmara de Nova Iorque, Zohran Mamdani, Trump recordou ainda a reunião de Fevereiro com o homólogo ucraniano, quando disse categoricamente a Zelensky que este "não tinha todas as cartas na mão".
O republicano de 79 anos, frustrado com o seu fracasso até agora em pôr fim à guerra desencadeada em Fevereiro de 2022 pela invasão russa da Ucrânia, quer agora acelerar o processo, noticiou a agência France-Presse (AFP).
"Tive muitos prazos a cumprir e, quando as coisas correm bem, a tendência é para adiar esses prazos. Mas quinta-feira é, na nossa opinião, um momento adequado", apontou em entrevista à Fox News Radio, quando questionado sobre o prazo que dava à Ucrânia para concordar.
Quinta-feira, 27 de Novembro, é a data do tradicional feriado de Acção de Graças, um dos mais importantes do ano para as famílias norte-americanas.
Nesta entrevista de rádio, Donald Trump afirmou que, se os combates continuarem, os ucranianos "vão perder em pouco tempo" os territórios que deveriam ceder à Rússia, conforme o plano de 28 pontos apoiado pelos norte-americanos.
"Têm sido muito corajosos", sublinhou, no entanto, sobre os combatentes ucranianos.
O Presidente russo, Vladimir Putin, "não quer mais guerra", reiterou o líder republicano, quando questionado sobre a possibilidade de a Rússia atacar outros países da região depois da Ucrânia.
Trump realçou que o seu homólogo russo está a ser "punido" pela duração do conflito, que já dura há muito mais tempo do que Moscovo tinha previsto quando a Rússia invadiu a Ucrânia em Fevereiro de 2022.
Volodymyr Zelensky rejeitou o plano norte-americano, que Kyiv considerou favorecer fortemente o Kremlin, declarando que não trairia o seu país.
"Apresentarei argumentos, persuadirei e proporei alternativas", disse o líder ucraniano numa declaração por vídeo à nação.
Volodymyr Zelensky avisou que este "é um dos momentos mais difíceis e de maior pressão" da história da Ucrânia, que se confronta com "escolhas muito difíceis" face à proposta de 28 pontos recebida na quinta-feira por Kyiv.
"Ou perde a sua dignidade ou corre o risco de perder um aliado fundamental" declarou, referindo-se aos Estados Unidos, e acrescentando: "Ou 28 pontos difíceis ou um inverno extremamente complicado". (RM/ NMinuto)



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