
Maputo viveu, entre os dias 20 e 30 de novembro, uma verdadeira celebração da palavra e da arte. Durante onze dias, a capital moçambicana transformou-se num palco coletivo para o VII Festival Internacional de Poesia e Artes Performativas – Poetas D’Alma, realizado sob o lema “A Possibilidade de um Mundo Novo”.
O evento ocupou galerias, ruas, casas-museu e centros culturais, criando uma atmosfera vibrante que uniu artistas nacionais e internacionais em torno da poesia, da música e da performance. A abertura oficial aconteceu no Instituto Guimarães Rosa, na baixa da cidade, com uma exposição cuja curadoria é de Jorge Dias dedicada à Consciência Negra. “A arte não é um acessório da nação; é a sua respiração e a sua memória crítica”, destacou o curador.

A mostra homenageou figuras como José Craveirinha e Mia Couto, mas deu especial destaque às mulheres moçambicanas, símbolos de resistência e resiliência. Nesse contexto, a escritora Paulina Chiziane marcou o tom do festival ao afirmar: “Isto é a celebração da nossa ancestralidade. A poesia é a ferramenta para resgatar as vozes que a história quis apagar”.
O festival também promoveu encontros de proximidade com ícones da literatura moçambicana. Uma visita à residência de Paulina Chiziane foi descrita como um ritual íntimo de transmissão cultural. Já o encontro com Mia Couto, realizado num jardim, inspirou os participantes com palavras que se tornaram um verdadeiro lema: “Jovens, façam poesia e salvem o mundo”.
Com esta edição, o Poetas D’Alma consolidou-se como um dos mais importantes espaços de reflexão e criação artística em Moçambique, reafirmando a poesia como força transformadora e colectiva.



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