O Congresso Nacional Africano (ANC) critica duramente os passos que estão a ser dados pelos Estados Unidos da América (EUA) para sancionar alguns líderes do partido.
É que os legisladores norte-americanos votaram a favor de um projecto de lei que propõe a revisão das relações bilaterais Estados Unidos da América-África do Sul.
O projecto de lei acusa a África do Sul de minar os interesses norte-americanos ao manter relações estreitas com a Rússia e a China. Também acusa Pretória de apoiar o grupo o Hamas, que está em guerra com Israel na Faixa Gaza.
Para além de rever as relações bilaterais, os legisladores americanos querem impor sanções a alguns dirigentes do ANC, cujos nomes não foram revelados.
Trata-se de pessoas que na óptica de Donald Trump estariam envolvidas em actos corrupção ou na violação dos direitos humanos, na África do Sul.
A porta-voz do ANC, Malhengi Bengu-Motsiri, afirmou as sanções propostas são produto de propaganda, nefasta liderada por organizações de extrema direita, tanto na África do Sul quanto nos Estados Unidos da América.
Disse que o ANC vai avaliar a situação cuidadosamente, mas avisa que o partido está disposto a fazer sacrifícios, se necessário:
“Como Congresso Nacional Africano, temos que fazer tudo o que for necessário para expor estas inverdades e mobilizar a comunidade internacional, ou seja aqueles que estão do lado da justiça. Queremos que os que estão ao lado da justiça, ao lado da paz e da amizade, sejam informados das reais intenções desta iniciativa legislativa norte-americana. Portanto, continuaremos com o trabalho que temos que fazer. Continuaremos a usar o que fizemos e nos permitiu derrubar o governo do apartheid, que é mobilizar a comunidade internacional para expor tudo isso que está sendo feito contra a África do Sul, que serve para punir as posições que assumimos em relação à questão de Israel e Palestina; ao genocídio na Palestina; o facto de levarmos essas questões à justiça internacional; ao nosso papel de liderança nos BRICS, a fim de promover o multilateralismo no mundo para que os ideais de justiça, igualdade, amizade e solidariedade possam ser manifestados“, disse.
O grupo de lobby AfriForum esclareceu, esta quarta-feira, que nunca defendeu sanções que visassem a África do Sul como país, mas disse que acolheu com satisfação o anúncio da possibilidade de sanções contra dirigentes políticos do ANC.
O AfriForum, uma organização que defende os interesses dos africâneres, tem sido acusado de fornecer informações deturpadas que levaram Donald Trump a cortar a ajuda a África do Sul, a ameaçar aplicar tarifas comerciais de 30 por cento e, agora, a querer avançar com sanções contra líderes do ANC. (RM Johannesburg)
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