O comandante da Polícia de Kwazulu-Natal vai ser o primeiro a depor, na quarta-feira da próxima semana, na Comissão Judicial de Inquérito sobre Criminalidade, Interferência Política e Corrupção no Sistema de Justiça Criminal sul-africano.
Foi exactamente o tenente-general, Nhlanhla Mkwanazi que, numa explosiva conferência de imprensa, em Julho passado, denunciou que o crime organizado estava infiltrado em várias instituições de aplicação da lei, incluindo a corporação, os tribunais e os serviços correccionais.
Nhlanhla Mkwanazi terá agora a oportunidade de, em sede da Comissão Judicial de Inquérito, fornecer mais detalhes e apresentar provas que diz ter em posse.
O porta-voz da comissão judicial de inquérito, Jeremy Michaels, disse que depois do comandante outras testemunhas relevantes serão ouvidas, e assegurou que nem todas as declarações serão públicas:
“Nós, na medida do possível, sem comprometer a segurança de ninguém e sem comprometer a integridade das investigações em andamento sobre o crime organizado, tentaremos, na medida do possível, realizar audiências em público, mas certamente haverá tópicos que não poderão ser realizados em público. Então, nessas circunstâncias, obviamente teremos que ter mecanismos para decidir sobre depoimentos a porta-fechada. Nos nossos preparativos estamos a dividir os depoimentos de testemunhas, entre os que podem ser públicos e os tópicos que devem ser tratados em segredo”, disse.
Jeremy Michaels acrescentou que a Comissão de inquérito judicial está em contacto com a comissão ad-hoc parlamentar, para que não haja duplicação de questionamentos, ja que, em princípios, os declarantes são os mesmos. Aliás, Nhlanhla Mkwanazi também será o primeiro a prestar declarações na comissão ad-hoc do Parlamento sul-africano.
A Comissão Judicial de Inquérito foi estabelecida pelo presidente Cyril Ramaphosa, que deu um prazo de seis meses para a apresentação do relatório final.
Na sequência das denúncias feitas pelo comandante de Kwazulu-Natal, Ramaphosa suspendeu o ministro da Polícia, Senzo Mchunu, e para o lugar dele indicou, interinamente, Firoz Cachalia. (RM Johannesburg)
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