O Congresso Nacional Africano (ANC) considera de desastre monumental a decisão do Partido Comunista da África do Sul de concorrer ás eleições locais do próximo ano, sem a aliança do ANC.
O secretário-Geral do ANC, Fikile Mbalula, disse ainda que esta decisão é uma ameaça á unidade do movimento de libertação e um rompimento da histórica aliança entre o ANC, o Partido Comunista e a COSATU.
Mbalula alerta ainda que a deliberação do Partido Comunista sul-africano não vai fazer avançar o socialismo, mas sim vai inviabilizar a revolução democrática nacional:
“Reflectimos, a nível teórico, sobre as implicações desta decisão monumentalmente desastrosa do partido Comunista, para a aliança. Reflectimos sobre isso e dissemos, como ANC, que somos contra. Mas parece que não há como voltar para atrás. Agora, o ANC precisa se dedicar aos aspectos práticos de como vamos navegar nesse espaço. Chegamos a um estágio em que devemos ver como lidar com essa decisão monumentalmente desastrosa que atingiu a aliança neste momento. Não somos a favor, não concordamos, porque essa decisão não vai nos fortalecer. Ela só vai atrair oportunistas e muitas outras forças que buscam sabotar a Revolução Democrática Nacional. Agora não podemos mais compartilhar as mesmas coisas que costumávamos fazer, não podemos abordar juntos a estratégia eleitoral, não podemos planificar juntos e não podemos nos mover juntos, como um bloco, para lutar pela consolidação da Revolução Democrática Nacional. Não nos moveremos mais assim”, disse.
No Congresso de 2022, o Partido Conunista Sul-Africano decidiu explorar a possibilidade de disputar as eleições fora da aliança.
O ano passado, o partido reafirmou que vai sozinho as eleições locais de 2026, citando a necessidade de aprofundar o poder da classe trabalhadora e oferecer uma alternativa socialista mais directa ás comunidades.
O porta-voz do partido comunista, Mbulelo Mandlana, diz que apesar de ir as eleições autárquicas sozinho, o partido continua comprometido com a aliança tripartida:
“Não há contradição entre estarmos na Aliança e disputar eleições, porque a Aliança nunca foi fundada com base na garantia de que o Partido Comunista Sul-Africano seria permanentemente impedido de participar das eleições. Então, para nós, nesse sentido, não há contradição entre estarmos a realizar as acções em curso agora, para nos prepararmos para as eleições, e continuarmos na Aliança “, afirmou
A Aliança foi criada em 1990 após a libertação de Nelson Mandela. (RM)
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