Inicia, esta segunda-feira, o julgamento dos três suspeitos de roubar quinhentos e oitenta mil dólares, da fazenda de caça de Phala Phala, pertencente ao Presidente Sul-Africano, Cyril Ramaphosa, em fevereiro de 2020.
No banco dos reús do Tribunal Regional de Modimolle, na província de Limpopo, estarão sentados os três suspeitos, incluindo uma antiga empregada doméstica de Cyril Ramaphosa.
Terá sido a empregada que descobriu o dinheiro, supostamente escondido num sofá, e alertou os outros dois suspeitos, um dos quais é irmão dela.
Este caso foi despoletado, em Junho de 2022, pelo então chefe dos Serviços secretos, Arthur Fraser, que apresentou uma queixa contra o Presidente Ramaphosa, acusando-o de lavagem de dinheiro, corrupção e encobrimento de roubo de moeda estrangeira.
O estadista sul-africano disse que o dinheiro roubado era produto da venda de búfalos a um empresário Sudanês e negou qualquer irregularidade no negócio.
Na altura estranhou-se o facto de Hazim Mustafa ter pago os 580 mil dólares pelos búfalos, mas nunca os ter levado consigo.
Face a grande pressão, Ramaphosa chegou a considerar a hipótese de deixar o cargo de Presidente da África do Sul, depois que, em finais de 2022, uma comissão de inquérito, mandatada pelo Parlamento, concluiu que ele pode ter violado a lei, na gestão deste negócio de venda de búfalos.
No entanto, o ANC, na altura com maioria parlamentar, chumbou o relatório da Comissão de inquérito e, dias depois, Ramaphosa foi inocentado pela provedora de justiça e pelo órgão de vigilância anti-corrupção.
O Banco Central sul-africano também inocentou o Presidente Cyril Ramaphosa de qualquer irregularidade no caso do dinheiro roubado na fazenda dele de Phala Phala.
O relatório divulgado, na página oficial do Banco Central, explica que Ramaphosa não violou os regulamentos de controlo de câmbio.
O assunto continua a alimentar debates políticos, porquanto alguns partidos exigem a publicação de relatórios dos órgãos que inocentam o chefe de estado sul-africano. Só que esses documentos são tidos como classificados.
Cinco anos depois parece ter chegado, finalmente, o momento em que vão ser conhecidos os contornos deste caso, que tem acompanhado o consulado de Cyril Ramaphosa.
No pré-julgamento, havido o ano passado, o Tribunal de Modimole negou o pedido de fiança apresentado pelo principal suspeito neste caso de roubo, sob a alegação de risco de fuga.
A procuradoria sul-africana pretende interrogar vinte e três testemunhas, embora admita reduzir este número consoante o decurso do julgamento que hoje inicia. A defesa, por seu turno, diz que vai ouvir cinco testemunhas. (RM Johannesburg)
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