O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, defende que nunca iria demitir o ministro da Polícia, Senzo Mchunu, somente com base em alegações não comprovadas.
Partidos políticos na oposição criticam a decisão de Ramaphosa de suspender e não demitir o Ministro Mchunu, acusado de interferir nas investigações policiais e de manter contactos regulares com grupos de criminosos.
Para além de suspender o Ministro da Polícia, Ramaphosa criou uma comissão de inquérito que vai averiguar as alegações e apresentar resultados num prazo de até 6 meses.
Esta quarta-feira, na apresentação do Orçamento da presidência, para este ano, no Parlamento, Cyril Ramaphosa afirmou que demitir Senzo Mchunu seria injusto e iria abrir um precedente perigoso:
“Essas alegações são graves, mas não foram comprovadas. Portanto, é necessário que apuremos os factos, por meio de um processo independente, confiável e completo, para que possamos garantir a responsabilização e salvaguardar a confiança pública no serviço policial. É estranho que algumas pessoas tenham manifestado uma forte oposição à criação da comissão de inquérito.
Alguns disseram que eu deveria tomar medidas punitivas imediatas contra o Ministro, com base em alegações não comprovadas. Isso não só seria injusto, como também criaria um precedente perigoso. A comissão de inquérito deve ter permissão para fazer o seu trabalho. Outras pessoas ressuscitaram a velha história de que as comissões de inquérito que criamos não produziram resultados significativos. Essa visão está errada. Não é corroborada por evidências”, disse.
Ainda esta quarta-feira, as comissões parlamentares de Jusitiça e da Polícia recomendaram a criação de um comité ad-hoc para analisar as alegações feitas pelo comandante de Kwazulu-Natal, o General Nhlanhla Mkwanazi.
Este disse que o crime organizado estava infiltrado em várias instituições, incluindo a polícia, com o conluio de altas patentes da corporação, citando o exemplo do suspendo Ministro Senzo Mchunu.
Interinamente, Ramaphosa indicou o Ministro dos Recursos Minerais e Petrolíferos, para acumular a pasta da polícia, até ao dia um de Agosto próximo.
A partir desta data, também a título interino, a polícia sul-africana será dirigida pelo Professor Firoz Cachalia. (RM Johannesburg)
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