ANC: Apurar a verdadeira causa da morte do antigo líder Albert Luthuli

O vice-presidente sul-africano e do Congresso Nacional Africano, Paul Mashatile, diz que as autoridades devem prosseguir com a investigação para apurar a verdadeira causa da morte do antigo líder do ANC, Albert Luthuli.

Mashatile reagia á decisão do Tribunal Superior de Pietermaritzburg que, esta quinta-feira, concluiu que Albert Luthuli foi brutalmente espancado até a morte pela polícia do Apartheid, em Julho 1967.

Igualmente, o Tribunal de Pietermariztburg anulou as conclusões do inquérito de 1967, que apontavam que Luthuli morreu depois de ter sido atropelado por um comboio de carga em Groutville, na província de KwaZulu-Natal.

A juíza Nompumelelo Hadebe afirmou que aquele inquérito, conduzido pelo regime do Apartheid, estava repleto de mentiras e inconsistências e que nem se quer houve o tal acidente ferroviário.

Hadebe disse que chegou a conclusão de que Luthuli foi assassinado após ouvir os depoimentos de especialistas, durante a reabertura do inquérito.

O vice-presidente da África do Sul, Paul Mashatile saudou a decisão do Tribunal.

 “Gostaria de saudar a decisão do Tribunal de Pietermaritzburg de que a morte do nosso antigo presidente, Chefe Luthuli, não foi um acidente. Saudamos esta decisão e espero que as autoridades façam tudo o que estiver ao seu alcance para chegarem à verdade “, disse.

O Congresso Nacional Africano, através da porta-voz Mahlengi Bhengu, disse que a decisão do Tribunal Superior de Pietermaritzburg, ao anular o inquérito da era do apartheid, vem corrigir uma distorção histórica de longa data.

Acrescentou que a sentença desta quinta-feira traz justiça, verdade e dignidade à memória de Albert Luthuli e de todos aqueles que sofreram com a brutalidade do regime segregacionista do apartheid.

Albert Luthuli tornou-se o primeiro africano a receber o Prémio Nobel da Paz, em Dezembro de 1961.

Mais tarde outros três sul-africanos também viriam a ganhar o prestigiado prémio Nobel da Paz, nomeadamente Desmond Tutu, em 1984, e Nelson Mandela e Frederick de Kleric, em 1993. (RM Johannesburg)