No Malawi, 72 em cada cem cidadãos vivem abaixo da linha de pobreza, com menos de 2,15 dólares por dia, o que representa um aumento do índice da pobreza.
A covid-19 é apontada como factor fundamental que deteriorou a situação da pobreza no país, de acordo com os últimos números do Banco Mundial, publicados no âmbito da perspectiva de macro-pobreza para Outubro de 2024.
Na lista de factores, constam igualmente a insegurança alimentar que já dura três anos, distorções comerciais, deficits fiscais e de conta corrente crescentes e uma carga de dívida insustentável.
A má colheita induzida pelo El Niño, que agravou a insegurança alimentar, elevando consequentemente os preços de alimentos, está a reduzir os esforços do governo para diminuir o fenómeno.
O Banco Mundial alerta que cerca de 30% da população deverá enfrentar insegurança alimentar de nível crítico e a pobreza deverá atingir 72% da população até o final deste ano.
De acordo com o relatório, o fraco crescimento económico, que por mais de dois anos permaneceu abaixo do crescimento populacional, concorreu para o declínio do Produto Interno Bruto e per capita.
Múltiplas distorções de preços, incluindo uma taxa de câmbio oficial supervalorizada, prevalecem na economia o que resulta na alocação generalizada de recursos e esforços para a estabilização macro-económica.
O sector agrícola, que emprega a maior parte da força de trabalho no país, continua a depender principalmente da produção de sequeiro, e enfrenta declínio na produtividade e na renda real.
A responsável pelo programa de governança económica do Centro de Preocupação Social, Agnes Nyirongo, disse que o relatório do Banco Mundial mostra a situação real do país tendo acrescentado que se se levantar questões como acesso à água limpa, entre outras, a percentagem de pessoas vivendo abaixo dos níveis de pobreza poderá atingir 78,3% no país.
O relatório do Banco Mundial indica que a perspectiva está sujeita a riscos negativos significativos, incluindo deslizamentos fiscais contínuos, o que pode consolidar a instabilidade macro-económica.
Aconselha o aumento em fluxos não criadores de dívida, especificamente subsídios ao orçamento, e uma conclusão rápida de negociações de reestruturação da dívida pública, para dar volta a situação. (RM Blantyre)
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