Brasil. Esquerda sai à rua pela soberania e Direita defende Bolsonaro

Publicado: 08/09/2025, 11:13
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O Brasil viveu, este domingo, uma vez mais, um dia da celebração da independência polarizado, com a esquerda nas ruas sob o mote 'Brasil Soberano' lançado pelo Governo e a direita em defesa da amnistia ao ex-Presidente Jair Bolsonaro.

Em Brasília, o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, liderou o desfile cívico-militar pelo Dia da Independência do Brasil, centrado este ano na defesa da soberania, num momento de crise diplomática e comercial com os Estados Unidos.

O executivo de Lula escolheu, para as comemorações de 07 de Setembro de 2025, mensagens de exaltação patriótica, como 'Brasil soberano' e 'Brasil dos brasileiros', decoradas com as cores verde e amarela da bandeira nacional.
Numa nota publicada sábado sobre a celebração, Lula criticou os "traidores da pátria" e afirmou que o Brasil não "aceita ordens" de outros países, face à pressão de Washington sobre o julgamento de Jair Bolsonaro.
"Não somos, nem seremos, colónia de ninguém. Somos capazes de governar e cuidar da nossa terra e do nosso povo, sem interferência de qualquer governo estrangeiro", disse.

As manifestações contra uma possível amnistia aos acusados de tentativa de golpe de Estado, entre os quais Bolsonaro, aconteceram em vários cidades brasileiras, com a maior concentração a verificar-se em São Paulo.
Centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda mobilizaram-se na Praça da República, em São Paulo, com a presença de ministros de Lula da Silva e do presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva.
Do lado oposto, na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, milhares manifestaram-se pela amnistia de todos os acusados e condenados por tentativa de golpe de Estado contra Lula da Silva, numa manifestação convocada pelo pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo

Na emblemática orla da praia carioca, estiveram presentes o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, o filho de Bolsonaro, senador pelo Rio de Janeiro, Flávio, mas também o deputado Alexandre Ramagem, que está a ser julgado com Bolsonaro no Supremo Tribunal brasileiro, cuja decisão deverá ser conhecida na sexta-feira.
"O que Alexandre de Moraes está fazendo com o meu pai hoje é uma segunda facada na sua alma. Ele abusa do seu poder para perseguir, prender uma pessoa inocente, com requintes de crueldade, para humilhar um cidadão de bem, que é o Jair Bolsonaro", disse Flávio Bolsonaro, durante a manifestação, referindo-se ao juiz relator do processo contra o seu pai.

Horas depois, em São Paulo, milhares de 'bolsonaristas' mobilizaram-se na emblemática avenida Paulista contra o Supremo Tribunal Federal e pela amnistia geral e irrestrita a todos os que participaram na tentativa de golpe.
Na semana passada, começou a etapa final do julgamento que pode levar o ex-Presidente brasileiro a mais de 40 anos de prisão, com o procurador-geral a afirmar que "todos convergiram (…) para o objectivo comum de assegurar a permanência do Presidente da República na época".

Nas duas primeiras sessões do julgamento, realizadas segunda e terça-feira, foram ouvidas as oito defesas, seguindo-se, de terça a sexta-feira desta semana, a votação dos cinco juízes que compõem a Primeira Turma (colectivo) do Supremo Tribunal Federal (STF).
A decisão pela absolvição ou condenação será tomada por maioria de votos, havendo depois tempo para defesa e acusação poderem interpor embargos de declaração (recursos) para corrigir eventuais contradições ou omissões.

Caso a decisão seja de três a dois (com dois votos pela absolvição), a defesa pode ainda recorrer ao plenário do STF, que tem 11 juízes.
Este grupo chamado de "Núcleo 1" ou "Núcleo Crucial", composto por oito réus, responde por tentativa de abolição violenta do Estado de Direito Democrático, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património. (RM /NMinuto)

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