
A polícia do Rio de Janeiro disse à Justiça que a intervenção que causou mais de 120 mortos em dois bairros de favelas desta cidade brasileira, em Outubro, "se deu num cenário de guerra".
"Cumpre salientar, preliminarmente, que a ação deflagrada se deu num cenário de guerra e alta complexidade operacional, conforme amplamente divulgado pelos 'media'", lê-se num relatório elaborado pela força policial e enviado ao tribunal que emitiu os mandados de detenção para a operação de 28 de Outubro, noticiou esta sexta-feira a Agência Brasil.
Os mandados, que também permitiam a entrada em residências suspeitas, não puderam ser cumpridos devido a um intenso tiroteio entre as forças de segurança e supostos membros de organizações criminosas, uma situação que, de acordo com a polícia, obrigou a uma mudança no plano de acção.
A polícia forneceu ainda uma lista de sete endereços onde foram efetuadas detenções e apreensões de droga e outros artigos. Noutras 27 moradas, ou não foi encontrado nada de ilegal ou não foi possível aceder aos domicílios.
O relatório também foi enviado ao juiz do Supremo Tribunal Federal Alenxandre de Moraes, responsável pela investigação deste caso.
Esta operação foi a mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, matando pelo menos 121 pessoas, incluindo quatro agentes da polícia.
O alvo eram membros do Comando Vermelho, uma das principais organizações criminosas do Brasil.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, celebrou o sucesso da operação - que contou com a participação de cerca de 2.500 militares - e atribuiu o grande número de mortos à reacção violenta dos moradores dos dois bairros, apesar das críticas, incluindo do Presidente, Lula da Silva, que classificou a operação de massacre e desastrosa.
Na operação, realizaram-se 113 detenções e apreenderam-se 118 armas e uma tonelada de drogas. (RM /NMinuto)



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