Burkina Faso. Junta militar que tomou poder reabriu fronteiras aéreas

Publicado: 25/01/2022, 16:44
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As fronteiras aéreas do Burkina Faso, fechadas desde segunda-feira, por decisão da junta militar que tomou o poder, serão reabertas a partir de hoje, segundo um comunicado militar lido na televisão nacional.

 

"As fronteiras aéreas estão abertas a partir de 25 de janeiro", diz a declaração, acrescentando que as fronteiras terrestres serão reabertas apenas para veículos "humanitários", os que "transportam bens de primeira necessidade" e "equipamento para as forças de defesa e segurança".

Os militares que iniciaram no domingo um golpe de Estado no Burkina Faso confirmaram na segunda-feira, também numa declaração na televisão estatal, que tomaram o poder e anunciaram a dissolução do Governo e do parlamento.

Na aparição televisiva, em que surgiram mais de uma dúzia de militares, um porta-voz, o capitão Sidsoré Kader Ouédraogo, leu dois comunicados, dando conta que os militares puseram fim ao poder do Presidente burquinabê, Roch Kaboré, que governava este país da África ocidental desde 20215.

Na mensagem, o chamado Movimento Patriótico para a Salvaguarda e Restauração anunciou que iria trabalhar para estabelecer um calendário "aceitável para todos" para a realização de novas eleições, sem adiantar mais pormenores.

Na mesma declaração, os líderes golpistas também anunciaram a suspensão da Constituição, o encerramento das fronteiras aéreas e terrestres a partir das 00:00 (locais e GMT) e o estabelecimento de um recolher obrigatório das 21:00 às 05:00 em todo o país, "até nova ordem".

Além disso, asseguraram a tomada do poder foi realizada "sem derramamento de sangue e sem qualquer violência física contra os detidos, que se encontram num lugar seguro e com respeito pela sua dignidade".

Organizações internacionais, como a União Europeia, União Africana e Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), bem como os EUA, já sublinharam a sua preocupação com os acontecimentos no Burkina Faso e responsabilizaram as forças armadas pela integridade física do Presidente Kaboré.

O Presidente Kaboré, no poder desde 2015 e reeleito em 2020 com a promessa de lutar contra os terroristas, tem vindo a ser cada vez mais contestado por uma população atormentada pela violência de vários grupos extremistas islâmicos e pela incapacidade das forças armadas do país responderem ao problema da insegurança.

Vários quartéis no Burkina Faso foram este domingo palco de motins de militares, que exigiram a substituição das chefias militares e os "meios apropriados" para combater os grupos terroristas, que atacam o país desde 2015.

Kaboré lidera o Burkina Faso desde que foi eleito, em 2015 (reeleito em 2020), após uma revolta popular que expulsou o então Presidente, Blaise Compaoré, no poder durante quase três décadas.

Ainda que reeleito em novembro de 2020 para mais um mandato de cinco anos, Kaboré não conseguiu combater a frustração que tem vindo a crescer devido à sua incapacidade de conter a propagação da violência terrorista no país.

Os ataques ligados à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico têm vindo a aumentar sucessivamente desde a chegada ao poder do atual Presidente, reclamando já milhares de vidas e forçando a deslocação de um número estimado pelas Nações Unidas de 1,5 milhões de pessoas.

Também os militares vêm a sofrer baixas desde que a violência extremista começou em 2016. Em dezembro último, mais de 50 elementos das forças de segurança foram mortos na região do Sahel e nove soldados foram mortos na região centro-norte em novembro. (RM-NM)

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