CEDEAO não impõe sanções ao Burkina Faso mas pede "transição curta"

Publicado: 03/02/2022, 16:36
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A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiu hoje não impor sanções ao Burkina Faso pelo golpe de Estado do passado dia 24 de Janeiro, mas pediu uma "transição curta" e a libertação do deposto Presidente Roch Kaboré.

 

"Vamos dar-lhes uma oportunidade", declarou à imprensa a ministra dos Negócios Estrangeiros do Gana, Shirley Ayorkor Botchwey, no final da segunda cimeira extraordinária da CEDEAO para examinar o golpe no Burkina Faso, realizada hoje em Acra.

A ministra ganesa salientou que foram feitos pedidos aos militares golpistas.

"Os pedidos foram feitos. Os chefes de Estado vão voltar a reunir-se para decidir se seguem o caminho das sanções ou outra abordagem", afirmou, destacando que é necessária "uma transição muito curta", de "algumas semanas".

Da mesma forma, Botchwey, cujo país detém a presidência rotativa da CEDEAO, recordou a ameaça 'jihadista' no Burkina Faso, país que faz fronteira com quatro Estados costeiros da África Ocidental aos quais deve ser impedido o acesso aos terroristas.

No discurso de abertura da cimeira extraordinária, o actual presidente e chefe de Estado ganês, Nana Akufo-Addo, alertou para o "contágio" de golpes na região após a tentativa falhada na Guiné-Bissau há dois dias e os bem-sucedidos golpes, desde agosto de 2020, no Mali, Guiné-Conacri e Burkina Faso.

Akufo-Addo afirmou que se trata de uma "tendência perigosa" que deve ser enfrentada "colectivamente e decisivamente, antes que varra toda a região".

Na sua primeira mensagem ao país, através da televisão nacional, o líder dos golpistas burquinabes, tenente-coronel Paul Henri Sandaogo Damiba, pediu à comunidade internacional que apoie o Burkina Faso "para que possa sair da actual crise o mais rápido possível e retomar a sua via para o desenvolvimento".

Na mesma ocasião, alertou que a "normalidade constitucional" só voltará quando as condições estabelecidas pelo povo burquinabê forem cumpridas.

A CEDEAO tinha já realizado uma cimeira extraordinária a 28 de Janeiro, para analisar a situação após o golpe perpetrado quatro dias antes, na qual os seus líderes decidiram suspender a participação do país nas suas instituições e enviar duas missões - uma militar e uma ministerial - à capital daquele Estado, Ouagadougou, para falar com os autores do golpe de Estado.

Os militares tomaram o poder no Burkina Faso, no dia 24 de Janeiro, após um tiroteio do dia anterior em vários quartéis, em Ouagadougou e outras cidades, incidentes que foram inicialmente descritos como um alegado motim para exigir melhoria das condições nas Forças Armadas.

O golpe foi confirmado depois de membros da junta militar terem aparecido na televisão estatal RTB a anunciar que tinham deposto o Presidente Roch Kaboré, bem como outras medidas, tais como a dissolução do governo e do parlamento e a suspensão da Constituição (que foi parcialmente restaurada a 31 de Janeiro).

O Burkina Faso sofre os efeitos de actividades 'jihadistas' desde 2015 e os ataques, atribuídos a grupos aliados da Al-Qaida e do grupo extremista Estado Islâmico, causaram mais de 1,5 milhões de deslocados internos, segundo o governo de Ouagadougou.

Na reunião extraordinária desta quinta-feira, os chefes de Estado e de Governo da CEDEAO têm previsto também examinar os desenvolvimentos na Guiné-Conacri e no Mali. (RM-NM)

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