Começa esta terça-feira julgamento que pode condenar Bolsonaro

Publicado: 01/09/2025, 21:10
Categoria:

Jair Bolsonaro e sete membros da sua cúpula vão começar a ser julgados por tentativa de golpe de Estado, esta terça-feira, num julgamento que pode sentenciar o ex-Presidente brasileiro a mais de 40 anos de prisão

Este grupo, chamado de "Núcleo 1" ou "Núcleo Crucial", responde por tentativa de abolição violenta do Estado de Direito Democrático , tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património.


Além de Jair Bolsonaro, vão a julgamento o deputado federal Alexandre Ramagem, o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha e ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o general da reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República Augusto Heleno; o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid; o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general da reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Neto.

O julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), presidido por um colectivo de cinco juízes, foi marcado para cinco datas: 02, 03, 09, 10 e 12 de Setembro.
A decisão pela absolvição, ou condenação, será tomada por maioria de votos.

O primeiro dia do julgamento será marcado pela leitura do processo por parte do juiz relator Alexandre de Moraes, seguindo-se depois o procurador-geral Paulo Gonet, que apresentará as provas que fundamentam a acusação.


Os advogados de defesa têm até uma hora para sustentações orais.


Como o arguido Mauro Cid assinou um acordo de colaboração premiada, a sua defesa será a primeira a manifestar-se, seguida das restantes por ordem alfabética.

O colectivo do STF é formado pelo juiz Alexandre de Moraes (considerado o 'inimigo número um' do bolsonarismo), por Flávio Dino (ex-ministro da Justiça do Presidente Lula da Silva), Luiz Fux (indicado ao STF pela então Presidente Dilma Roussef), Cármen Lúcia (indicada ao STF por Lula da Silva) e Cristiano Zanin (ex-advogado pessoal de Lula da Silva).


Terminada a fase das sustentações, Alexandre de Moraes apresentará o seu voto, com a sua análise dos factos, "das provas e dos argumentos, e se pronunciará pela condenação ou absolvição dos réus", detalhou o STF.

Seguem-se depois os votos dos restantes juízes que votam em ordem crescente de antiguidade no Tribunal, ficando por último o presidente do colectivo, Cristiano Zanin.


"Caso haja condenação, o relator apresentará a sua proposta de fixação das penas, e os demais juízes do colegiado também votarão nesse ponto", explicou o Supremo brasileiro.

De acordo com a acusação formulada pela Procuradoria-Geral da República, o plano de golpe de Estado foi concebido depois de Bolsonaro ter sido derrotado nas eleições de Outubro de 2022 por Lula da Silva.
O ex-Presidente brasileiro não reconheceu o resultado das urnas e o Brasil mergulhou numa onda de protestos e numa crise institucional que, segundo a acusação, tinha como objectivo impedir a tomada de posse de Lula da Silva.


A Procuradoria afirma que, após o fracasso dos planos iniciais, os acusados incitaram a invasão às sedes dos Três Poderes, quando em 08 de Janeiro de 2023, uma semana após a posse de Lula da Silva, milhares de radicais atacaram as sedes do poder legislativo, executivo e judiciário, exigindo que Forças Armadas derrubassem o novo Governo.

A defesa do ex-Presidente rejeitou categoricamente todas as acusações, alegou uma absoluta falta de provas, negou a sua participação em qualquer plano e classificou como "absurdas" as acusações do Ministério Público.

O processo penal contra o ex-Presidente desencadeou um conflito diplomático e comercial entre o Brasil e os Estados Unidos, cujo Presidente, Donald Trump, aplicou tarifas de 50% a vários produtos brasileiros em retaliação a um julgamento que considera "uma caça às bruxas".


Ao mesmo tempo, aplicou uma série de sanções a membros do STF e ao procurador-geral, sendo que o mais visado foi o juiz Alexandre de Moraes, que já garantiu que não se intimidará. (RM /NMinuto)

Tags: 

Últimas Notícias

Rádio Moçambique

Rua da Rádio N 2, P.O.Box 2000 | Rádio Moçambique, EP
Email: info@rm.co.mzFixo: +258 21 42 99 08Fax: +258 21 42 98 26
Subscreva agora

Bem-vindo ao nosso Centro de Subscrição de Newsletters Informativos. Subscreva no formulário abaixo para receber as últimas notícias e actualizações da Rádio Moçambique.

Newsletter Form (#3)
Instale a nossa App

crosschevron-down linkedin facebook pinterest youtube rss twitter instagram facebook-blank rss-blank linkedin-blank pinterest youtube twitter instagram