O Presidente da República, e Presidente em Exercício da SADC, Filipe Nyusi, disse, esta sexta-feira, em Lusaka, capital da Zâmbia, durante as exéquias de Kenneth David Kaunda, fundador da República da Zâmbia, que a sua contribuição como estadista e o exemplo da sua vida pessoal, serão sempre marcas indeléveis na história da libertação da África Austral e da África em geral.
Ainda na sua intervenção, o Presidente Nyusi, que também participou na qualidade de Presidente em exercício da SADC, elogiou as qualidades de Kenneth Kaunda, afirmando que a organização que preside perdeu um dos seus fundadores, e por isso que o seu povo está em luto. "O povo da África Austral está em luto. A voz do pai da Zâmbia e de um dos percursores da SADC ficou em silêncio para sempre", disse Nyusi.
Para o estadista moçambicano, Kaunda era um homem de Estado que queria acabar com a exploração dos povos pelo colonizador, e por isso trabalhou arduamente para legitimar e apoiar os movimentos de libertação dos países que estavam ainda colonizados após a independência do seu país.
"Não vamos esquecer as suas contribuições no apoio à luta dos povos contra a opressão do colonialismo, e por causa disso a Zâmbia pagou um preço elevado, sofrendo ataques militares como forma de dissuadira sua ajuda aos movimentos de libertação", apontou o Chefe do Estado.
Para Nyusi, a forma como Kaunda conduziu a independência da Zâmbia inspirou outros países a lutar pela sua liberdade, citando do Malawi, Maurícias, entre outros, que viram nele um exemplo de libertador no qual se podiam inspirar.
Na sua intervenção, o Presidente Nyusi não deixou de relembrar a contribuição de Kaunda para a independência de Moçambique, tendo apontado que foi em Lusaka onde foram assinados os acordos que conduziram à proclamação da Independência de Moçambique.
"O Presidente Kaunda devotou a sua vida para a libertação da África, e por isso se ofereceu como anfitrião para que Portugal e a FRELIMO assinassem os acordos que conduziram à proclamação da Independência de Moçambique e a vitória do povo moçambicano", afirmou Nyusi.
Para além do Chefe do Estado moçambicano e Presidente em Exercício da SADC, estiveram na cerimónia, que decorreu no recinto principal de feiras de Lusaka, outros 8 chefes de Estado e de Governo africanos, nomeadamente, do Quênia, Namíbia, Gana, Zimbábue, África do Sul, Botswana, Malawi e Reino do Lesoto.
Estiveram ainda dignitários em representação da Tanzânia, Angola, Etiópia, Nigéria, República Democrática do Congo, Reino Unido e Sérvia, bem como a mais alta representação da Comissão da União Africana, do Secretariado da Commonwealth e do Secretariado do COMESA.
Kenneth Kaunda, nascido a 28 de Abril de 1924, e que morreu aos 97 anos vítima de doença no Hospital Militar de Lusaka, será sepultado numa cerimónia privada a 7 de Julho no cemitério Presidencial.
A Zâmbia declarou luto nacional de 21 dias pelo herói da libertação do país que governou desde 1964, depois que o país ficou independente da Grã-Bretanha, até 1991, altura em que perdeu as eleições para Frederick Chiluba.
Em homenagem ao Presidente Kaunda, o dia 2 de Julho, dia das cerimónias oficiais, e o dia 7 de Julho, o dia em que será sepultado, foram declarados tolerância de ponto. (RM-Lusaka)
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