Covid-19: Casos diminuem mas África preocupa OMS

Publicado: 14/06/2021, 18:19
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O director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, salientou esta segunda-feira a diminuição do número de casos de covid-19 no mundo, mas afirmou-se preocupado com o "aumento acentuado" em África.

 

Esse aumento é "especialmente preocupante" por se tratar de uma região onde há menos acesso a vacinas, a diagnósticos e a oxigénio, disse o responsável numa conferência de imprensa online, a partir de Genebra, para fazer um ponto da situação da pandemia de covid-19 no mundo.

Globalmente, começou por dizer Tedros Ghebreyesus, o número de casos de covid-19 comunicados à OMS diminuiu durante sete semanas consecutivas, a sequência mais longa de declínios semanais desde o início da pandemia.

No entanto, salientou, ainda que o número de casos semanais estejam a baixar o número de mortes não diminui tão rapidamente, tendo o número de mortes relatado na semana passada sido idêntico ao da semana anterior.

Ainda em relação ao continente africano o director-geral da OMS citou um estudo recente (publicado na revista Lancet) para dizer que África tem a mais elevada taxa de mortalidade por covid-19, apesar de ser das regiões com menos casos notificados.

Tedros Adhanom Ghebreyesus alertou também que os dados disponíveis indicam que as novas variantes do coronavírus SARS-Cov-2 "aumentaram substancialmente" a transmissão de covid-19 a nível global, o que significa que os riscos aumentaram para as pessoas que não estão protegidas, que são "a maior parte da população mundial".

"Neste momento, o vírus está a mover-se mais rapidamente do que a distribuição global de vacinas", disse, lembrando depois que morrem por dia, devido à covid-19, mais de 10 mil pessoas, e que só durante o tempo que dura a conferência de imprensa da OMS (cerca de uma hora) morrem mais de 420 pessoas.

O responsável lembrou que na cimeira do último fim de semana dos sete países mais industrializados (G7) referiu que é preciso vacinar pelo menos 70% da população mundial até à próxima reunião do G7 (próximo ano), e que para tal são necessários 11 mil milhões de doses de vacinas. E saudou a oferta dos países do G7 de 870 milhões de doses, que serão distribuídas especialmente pelo mecanismo COVAX, um mecanismo que a OMS lidera para a distribuição mundial equitativa de vacinas.

"É uma grande ajuda, mas precisamos de mais, e precisamos delas mais rapidamente. Estas comunidades precisam de vacinas, e precisam delas agora, não no próximo ano", avisou.

E até que as vacinas sejam distribuídas, disse, a maioria dos países continuam a depender só da saúde pública e das medidas sociais, que na verdade são eficazes contra todas as variantes do vírus, ainda que eventualmente tenham que ser mais rigorosas em locais onde as vacinas ainda não chegaram, devido ao aparecimento de variantes mais transmissíveis.

Tedros Ghebreyesus disse que a OMS está a recolher dados em todo o mundo sobre a eficácia das medidas de saúde pública e sociais para combater a pandemia, e revelou que, com o apoio da Noruega, vai estudar o impacto das medidas sociais e de saúde pública durante a covid-19 e outras emergências sanitárias.

Na conferência de imprensa a especialista da OMS Mariangela Simão disse que problemas detetados numa fábrica de vacinas da Johnson & Johnson nos Estados Unidos não vão afetar a distribuição de vacinas a nível mundial, já que a maioria das vacinas não são produzidas no laboratório em questão.

Questionada pelos jornalistas explicou também que as vacinas atualmente a ser ministradas não são experimentais, mas sim vacinas autorizadas e que cumprem todos os requisitos. Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, acrescentou que estão atualmente muitas outras vacinas em fases experimentais, algumas delas subcutâneas e outras nasais.

Quando questionado sobre se é possível à OMS obter o financiamento necessário para os objetivos de vacinação mundial, o diretor do programa de Emergências em Saúde da organização, Michael Ryan, salientou que bastaria um por cento dos gastos mundiais em defesa militar durante um ano.

"O vírus já matou quase quatro milhões de pessoas. Não é difícil entender porque temos de investir mais", disse depois Tedros Ghebreyesus. (RM-NM)

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