O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou pela primeira vez a responsabilidade de um ataque no norte do Benim, levado a cabo pela sua filial do Sahel, confirmando a expansão das suas actividades para o Golfo da Guiné.
"Os soldados do califado anunciam a expansão das suas operações no Benim", disse o órgão oficial do EI, o semanário Al-Naba, citada hoje centro americano de vigilância dos sítios 'jihadistas' SITE.
Segundo o Al-Naba, no início de julho os extremistas islâmicos "atacaram uma patrulha militar na aldeia de Takwara, na região de Alibori (norte do Benim)" e mataram quatro militares. No dia seguinte, uma "emboscada" de soldados na mesma região provocou alegadamente dois mortos.
Esta é a primeira vez que a filial do Sahel do EI reivindica a responsabilidade pelas actividades no Benim. O grupo e o seu arquirrival Al-Qaeda multiplicam há anos ataques mortais no Sahel, particularmente no norte do Mali, Níger e Burkina Faso.
Mas o seu desejo de alargar as suas actividades ao Golfo da Guiné (Gana, Benim, Togo, Costa do Marfim, em particular) foi demonstrado durante muitos meses e mencionado tanto pelos Estados africanos, como pela França.
Na mesma edição do Al-Naba, o EI também reivindicou a responsabilidade pelo ataque a Talataye, a cerca de 150 quilómetros de Gao (Mali), que provocou dezenas de mortos na semana passada, de acordo com as autoridades locais.
O grupo 'jihadista' afirma também ter morto 15 mercenários da empresa privada russa Wagner, que se encontra destacada no Mali há vários meses e que é alegadamente próxima do Presidente russo, Vladimir Putin. Bamako nega a presença da Wagner, citando apenas a presença de formadores russos no país.
A junta no poder em Bamako, desde o golpe de agosto de 2020, afastou-se da França e dos seus aliados e aproximou-se da Rússia. O último soldado francês deixou o Mali em agosto, após nove anos de envolvimento anti-'jihadista'.
Paris, que mantém 3.000 soldados destacados no Sahel, diz que quer prosseguir o combate na região e ampliá-la na África Ocidental. A França está em discussões com os governos envolvidos para discutir parcerias nesta área.
Segundo o Estado-Maior francês, Paris tem também, além da força anti-'jihadista' Barkhane no Chade, Burkina Faso e Níger, 900 soldados a postos na Costa do Marfim, 350 no Senegal e 400 no Gabão. (RM /NMinuto)
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