Os Estados Unidos apelaram na quarta-feira ao Conselho de Segurança da ONU para tomar medidas urgentes contra os rebeldes Hutis, do Iémen, na sequência de ataques a navios relacionados com Israel no mar Vermelho.
Orepresentante norte-americano nas Nações Unidas Christopher Lu disse, numa reunião de emergência do Conselho, que os Hutis efetuaram mais de 20 ataques desde 19 de Novembro.
Apesar de terem perdido 10 combatentes num confronto com as forças norte-americanas, depois de falharem uma tentativa de embarcar num navio de carga no domingo, o grupo rebelde anunciou, na quarta-feira, que tinha como alvo outro navio de contentores, denunciou Lu.
Os Huthis, envolvidos numa guerra civil com o governo internacionalmente reconhecido do Iémen desde 2014, afirmaram que lançaram os ataques a navios no mar Vermelho para pôr fim à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.
O secretário-geral da Organização Marítima Internacional, Arsenio Dominguez, disse ao Conselho que, na sequência dos ataques, cerca de 18 companhias de navegação desviaram os navios para a África do Sul, para evitarem o risco de serem atingidos.
Cerca de 15% do comércio internacional passa pela rota do mar Vermelho e o redireccionamento dos navios em torno do cabo da Boa Esperança representa mais 10 dias de viagem, tem um impacto negativo no comércio global e aumenta as taxas de frete, indicou Lu.
Lu sublinhou que os ataques dos Huthis têm sido possíveis, porque o Irão fornece dinheiro e sistemas de armas avançados, incluindo drones, mísseis de cruzeiro de ataque terrestre e mísseis balísticos, em violação das sanções da ONU.
"Também sabemos que o Irão tem estado profundamente envolvido no planeamento de operações contra navios comerciais no mar Vermelho", disse.
O responsável notou ainda que Washington não quer entrar em confronto com o Teerão.
"[O Irão] pode continuar o curso actual", disse Lu. "Ou pode reter o apoio sem o qual os Huthis teriam dificuldade em rastrear e atacar efectivamente os navios comerciais que navegam nas rotas marítimas no mar Vermelho e no golfo de Áden".
A 07 de Outubro, comandos do Movimento de Resistência Islâmica Hamas, classificado como organização terrorista por EUA, UE e Israel, realizaram em território israelita um ataque, que causou 1.139 mortos, disseram as autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel declarou guerra ao Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, onde em 90 dias de conflito morreram mais de 22 mil pessoas e mais de 57 mil ficaram feridas, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais. (RM-NM)
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