EUA. Republicanos respondem às tensões raciais com defesa da lei nas ruas

Publicado: 27/08/2020, 8:43
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Ataques ao candidato presidencial democrata à presidência dos EUA e à esquerda radical, bem como a defesa intransigente da lei nas ruas, marcaram o terceiro dia da convenção republicana, que se centrou na figura do vice-presidente.

 

O vice-presidente Mike Pence, o orador da noite, aproveitou o momento em que o país se manifesta contra a injustiça racial para argumentar que os líderes democratas estão a permitir que a ilegalidade prevaleça nas cidades norte-americanas.

Tanto Pence como outros republicanos descreveram cidades devastadas pela violência, embora a maioria dos protestos tenham sido pacíficos.

Na origem das manifestações está um novo caso de violência policial contra afro-americanos, a morte de Jacob Blake, alvejado várias vezes por um polícia branco no Wisconsin, onde decorreram manifestações anti-racistas que resultaram já em dois mortos, alegadamente por um jovem de 17 anos, já detido.

No seu discurso na Convenção Nacional Republicana na quarta-feira, Pence aceitou a nomeação do partido para vice-presidente de Donald Trump e falou da violência que eclodiu precisamente em Kenosha, Wisconsin.

"A violência deve parar, seja em Minneapolis, Portland ou Kenosha", afirmou, para acrescentar: "Teremos lei e ordem nas ruas deste país para cada americano de cada raça, credo e cor".

Para o republicano, os norte-americanos "não estarão seguros nos Estados Unidos de Joe Biden", que descreveu como um "cavalo de Troia da esquerda radical".

"A dura verdade é que eles não estarão seguros na América de Joe Biden", salientou.

Pence garantiu que Biden, o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, "apoia as mesmas políticas que estão a gerar ruas inseguras e violência nas cidades dos Estados Unidos" e que "cortaria fundos" para a Polícia, mesmo depois de o ex-vice-Presidente de Barak Obama o ter já negado.

"Joe Biden levaria os Estados Unidos por um caminho de socialismo e declínio, mas não vamos permitir que isso aconteça", disse Pence, que falou de Fort McHenry em Baltimore (Maryland), conhecido por ser o local de uma batalha que em 1812 inspirou a composição do hino nacional norte-americano.

O vice-presidente aproveitou o facto de Biden se ter definido como um "candidato de transição" para argumentar que essa transição dará poder a figuras mais progressistas e sentenciou: "Joe Biden seria nada mais que um cavalo de Tróia da esquerda radical".

O discurso enquadrou-se num dos grandes temas do terceiro dia da convenção, o da "lei e ordem", e o apoio incondicional à Polícia diante de acontecimentos como os protestos raciais, sem se aprofundar as causas profundas que estão na base do descontentamento.

"Nos nossos primeiros três anos, construímos a melhor economia do mundo. Tornámos a América grande novamente", sublinhou, numa referência ao 'slogan' da campanha de Trump, para justificar depois a crise económica e o actual desemprego nos Estados Unidos: "E então o coronavírus veio da China".

Pence defendeu que a proibição de Trump de entrada de estrangeiros da China "salvou inúmeras vidas americanas" e descreveu a resposta à pandemia como "a maior mobilização nacional desde a Segunda Guerra Mundial".

Tal como a primeira-dama, Melania Trump, na noite anterior, Pence dedicou algumas palavras a "todas as famílias que perderam entes queridos e cujos parentes ainda lutam contra a doença", mas orgulhosamente defendeu que "as escolas estão a reabrir" no país, apesar de se manter elevado o número de casos e óbitos.

O vice-presidente garantiu que a eleição de 03 de Novembro será entre "um político de carreira que presidiu à recuperação económica mais lenta desde a Grande Depressão", numa alusão a Biden, "ou um líder comprovado que criou a maior economia do mundo".

O vice-presidente fez o discurso de aceitação perante dezenas de pessoas, entre elas vários militares e ex-combatentes, sentados sem máscaras ou quase sem separação. (RM-NM)

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