O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que o Malawi pode enfrentar um défice de até 2 biliões de dólares em suas reservas internacionais líquidas até o final deste ano.
Os 2 biliões de dólares, constituem cerca de 20% do Produto Interno Bruto do país, actualmente avaliado em 11 biliões de dólares, o que destaca preocupações significativas quanto à estabilidade económica.
O alerta surge numa altura em que o Malawi vem empregando algumas medidas de emergência para reforçar as suas reservas cambiais e reduzir o spread entre as taxas de mercado oficial e o paralelo.
O representante residente do FMI no Malawi, Nelnan Koumtingue, explicou que a diferença entre os activos estrangeiros prontamente disponíveis e seus passivos em moeda estrangeira de curto prazo do país, já foi negativa em 2022 com um déficie estimado de 1,2 bilião de dólares.
Koumtingue disse que este saldo negativo reflecte o alto nível de obrigações externas, particularmente no contexto da reestruturação da dívida.
Para um país como o Malawi, ainda segundo a nossa fonte, um nível de reserva saudável seria de pelo menos três a quatro meses de importações.
Actualmente, o governo do Malawi está acelerar as discussões para uma revisão abrangente de sua dívida externa, cujo FMI prevê que a mesma poderá atingir 31,6% do PIB até os finais deste ano, indicando uma crescente dependência de financiamento externo.
Dados do ministério das finanças e assuntos económicos, mostram que grande parte da dívida do Malawi consiste em quase 500 milhões de dólares devidos ao Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank) e mais 400 milhões de dólares ao Banco de Comércio e Desenvolvimento.
Em Março deste ano, o Banco de Reserva do Malawi, alterou os controlos cambiais para promover a substituição de importações e incentivar o sector de exportação, ao mesmo tempo em que restringiu o uso de fontes informais de fundos para importação.
Entre outras acções, o banco central reduziu a taxa de conversão obrigatória sobre as receitas de exportação, baixou a taxa de conversão obrigatória de 70% para 50% para organizações não-governamentais e introduziu um requisito de verificação para que os importadores demonstrem que suas importações foram financiadas por meio do canal bancário formal. (RM Blantyre)
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