
Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial exigem uma disciplina fiscal prudente, transparência e reformas económicas, como condicionalismos para a retomada do financiamento ao estado malawiano.
Depois de uma ronda negocial entre o FMI e o governo de Lilongwe, que analisou a situação fiscal e monetária do país, o credor multilateral apelou ao governo sobre a necessidade urgente de consolidação fiscal e de uma política monetária mais restritiva para combater a inflação.
O chefe da missão do FMI no Malawi, Justin Tyson, falou igualmente da redução dos desequilíbrios económicos, desvalorização do kwacha, a moeda local para estabilizar o mercado cambial como alguns dos pontos exigidos ao executivo de Lilongwe.
O ministro das finanças do Malawi, Joseph Mwanamveka, deu a conhecer que o executivo se comprometeu a apresentar no próximo encontro, reformas fiscais rápidas e credíveis, mas, mostrou-se meio céptico quanto a exigência da desvalorização do kwacha por considerar não ser uma solução para a actual crise cambial.
Mas analistas económicos, lembram que o Malawi não tem muito espaço de manobra, por estar a lutar para uma sobrevivência.
O Banco Mundial deixou claro que, sem disciplina macroeconómica e reformas credíveis, injectar dinheiro no orçamento do Malawi é como tentar encher um balde furado.
O vice-presidente do Banco Mundial para a África Oriental e Austral, Ndiame Diop, afirmou que a retomada do apoio directo ao orçamento é impossível sem que o Malawi primeiro restabeleça um programa activo com o FMI.
Questionado se o Banco Mundial poderia flexibilizar suas condições para dar tempo ao novo governo do Malawi, liderado por Peter Mutharika, para se estabelecer, Diop foi enfático, afirmando que não haverá atalhos.
O Banco, disse ele, já interveio com ajuda humanitária de emergência para lidar com a situação alimentar que se agrava no país, mas a ajuda a longo prazo dependerá inteiramente do ritmo das reformas do governo.
A ausência de um programa do FMI, abalou a confiança dos doadores e privou os cofres do governo do apoio externo tão necessário.
Doadores e parceiros que antes investiam milhões na agenda de desenvolvimento do Malawi recuaram discretamente, exigindo prestação de contas, disciplina fiscal e um roteiro de reformas credível.
O Malawi continua a enfrentar uma crise económica cada vez mais profunda, inflação descontrolada, uma grave escassez de divisas e uma dívida pública crescente. (RM Blantyre)



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