Guterres pede cooperação porque "mundo nunca enfrentou tantas ameaças"

Publicado: 21/09/2021, 14:43
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou esta segunda-feira que o mundo nunca enfrentou tantas ameaças, como destruição da paz, desconfiança ou alterações climáticas e pediu cooperação entre os países presentes na abertura do debate geral das Nações Unidas.

 

O debate geral, um dos pontos mais altos para a diplomacia internacional, começou em Nova Iorque, com o discurso de António Guterres, na presença de mais de 100 chefes de Estado e de Governo e representação diplomática de todos os 193 Estados-membros da ONU.

Segundo o secretário-geral da ONU, "o mundo nunca esteve tão ameaçado", com seis grandes temas de divisão: assalto à paz em todo o mundo, alterações climáticas, fosso entre ricos e pobres, desigualdade de género, divisão tecnológica ou digital e divisão geracional.

Grande parte dos problemas advêm da decorrente pandemia de covid-19, que tem criado e exagerado as desigualdades sociais e económicas no mundo, mas o secretário-geral sublinhou ainda uma outra "doença contagiosa": a desconfiança a vários níveis - sejam as teorias da conspiração que entram em contradição com a ciência, a população sem confiança nos seus governos ou ainda a falta de cooperação entre países em temas que necessariamente dependem do multilateralismo.

Guterres classificou como "obscenidade" e grande "falha ética" global o facto de as vacinas não estarem a ser distribuídas de forma uniforme no mundo, devido à "tragédia de falta de vontade política e egoísmo".

"Em vez do caminho da solidariedade, estamos num caminho sem fim para a destruição", lamentou Guterres, que também declarou que a "interdependência tem de ser a lógica do século XXI".

O chefe da ONU lembrou aos líderes que "as promessas não valem nada se as pessoas não virem os resultados no seu dia a dia" e, pelo contrário, se depararem com violações dos direitos humanos, corrupção ou um futuro sem grandes oportunidades.

Os "impulsos mais obscuros da humanidade" surgem com esta constante falta de resultados para uma situação com mais esperança, considerou Guterres.

A defesa da "supremacia cultural, domínio ideológico, misoginia violenta ou ataques aos mais vulneráveis, incluindo refugiados e migrantes".

O antigo primeiro-ministro português sublinhou que a paz e o respeito pelos direitos humanos estão a faltar, nos mais graves casos, como o do Afeganistão, Etiópia, Myanmar, Sahel, Iémen, Líbia, Síria e ainda no Haiti, e muitos outros locais onde "tantos foram deixados para trás".

Outra das grandes preocupações internacionais é a divisão que se cria entre dois grandes poderes, um tema que, apesar de Guterres não nomear, é já recorrente nos discursos dos últimos anos -- Estados Unidos e China podem criar um problema "muito menos previsível e muito mais perigoso do que a Guerra Fria", salientou o secretário-geral. (RM-NM)

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