Hoje: Restos mortais do músico Chico António vão ao crematório Hindu

Publicado: 16/01/2024, 4:27
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As cerimónias fúnebres do músico Chico António estão marcadas para, esta terça-feira, no Paços do Conselho Municipal da cidade de Maputo às 9: 00 horas e depois seguem para o Crematório Hindu, no Cemitério de Lhanguene às 13:00 horas.

Chico António morreu aos 66 anos de idade anos no passado sábado, no Hospital Central de Maputo, vítima de doença.

Nascido em 1958 no distrito de Magude, província de Maputo, Chico António, escapou a possibilidade de ser um vagabundo, em 1964, ao ser adoptado pelo casal José Ferreira dos Santos e Lili Ferreira. Naquele ano, os seus pais adoptivos conseguiram uma vaga no internato Missão São João de Lhanguene, da Igreja Católica, onde fez o ensino primário e a sua iniciação musical.

Aos nove anos de idade, tornou-se solista num coro de 50 pessoas, aprendeu trompete e solfejo. Inspirado nas suas referências (Xidiminguana; Wazimbo; Osibisa; Papa Wemba, The Police; e outros), no final da década de 1970, Chico seguiu como profissional de música, trabalhando em conjuntos como ABC-78; Grupo Instrumental N.º 1 de música ligeira; RM; e Orquestra Star de Moçambique, e em países como Cabo-Verde; Guiné Conacri; Zimbabwe; Dinamarca; França; Holanda; Inglaterra; Itália; Portugal; Suécia e Noruega.

O Grupo RM foi importante na sua projecção nacional e internacional. Naquele conjunto, trabalhou com alguns dos melhores artistas do país, entre eles: Alexandre Langa, Sox, Alípio Cruz (Otis), Zé Mucavel, Zé Guimarães e Mingas.

Como integrante do Grupo RM, criou o tema “Baila Maria”, interpretado em dueto com a Mingas. Em 1990, “Baila Maria” conquistou o grande prémio do concurso Descobertas, da Rádio França Internacional (RFI). No mesmo ano, e em consequência do prémio, Chico foi para a capital francesa (Paris), estudar música.

Foram dois anos de formação intensiva. Teve aulas de técnicas de base de piano, arranjos musicais e gravação musical. O seu tutor foi o camaronês Manu Dibango (falecido). Em França, conviveu com personalidades como Salif Keita, e Pierre Bianchi.

Foi Manu Dibango quem, durante a formação, o aconselhou a concluir os estudos e a regressar a Moçambique para pesquisar e elevar os ritmos tradicionais do seu país.

Na sua pátria, a Pérola do Índico, Chico passou a apostar na pesquisa de música tradicional e posteriormente na fusão. Foi na senda disso que surgiu a Amoya Studio and Art Gallery (ASAGA) e oportunidades de colaboração musical em produção audiovisual e teatrais.

Além da bolsa atribuída ao compositor, o Grupo RM teve o direito de gravar um disco. Para efeito, o conjunto foi rebaptizado com o nome “Amoya” e gravou o disco “Cineta”, lançado em 1991, em Paris.

Chico prefere trabalhar detrás de artistas que ser famoso. Foi essa razão que fez com que, só em 2014, Chico lançasse o seu próprio disco. O cd “Memórias” foi resultado de uma pressão social. Através da obra, Chico viveu na pele o esforço de lançar um disco em Moçambique, pois depois de trabalho árduo, muito dinheiro investido, teve pouco retorno. Contudo, ficou feliz por ter empregue amigos e ter conseguido pagá-los. (RM)

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