Líder da Frente Polisário quer "diálogo sério" para a independência

Publicado: 17/01/2022, 7:01
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O líder da Frente Polisário e presidente da República Árabe Saharauí Democrática (RASD), Brahim Ghali, expressou, este domingo, a sua vontade de se envolver num processo sério de diálogo com garantias que permitam ao seu povo alcançar a independência.

Ghali recebeu, este domingo, o novo enviado especial das Nações Unidas para o Sara, Steffan de Mistura, no campo de refugiados de Rabuni, na Argélia, escala numa viagem que se encontra a realizar pela região em conflito, a primeira desde que foi nomeado há quatro meses.
Ghali insistiu com o representante da Organização das Nações Unidas (ONU) que a Frente Polisário exige "uma solução justa e equitativa, capaz de garantir ao povo Saharauí o seu direito à autodeterminação e à plena independência, consagrada nas resoluções e acordos africanos e das Nações Unidas assinados em 1991", segundo a presidência saharauí, citada pela agência Efe.
"Durante a sua visita, Mistura pôde ver com os seus próprios olhos a situação em que vive o povo saharauí e ouviu a mensagem dos jovens, das mulheres e dos idosos. Uma mensagem muito clara de vontade de independência total", explicou a mesma fonte.
"Relativamente às nossas conversações com Mistura, reiterámos a nossa vontade de participar activamente num processo sério, mas ao mesmo tempo [avisámos] que o nosso povo continuará a sua luta para alcançar os seus legítimos direitos à liberdade e independência", acrescentou a liderança saharauí.
A viagem do diplomata ítalo-sueco começou na passada quinta-feira em Marrocos, o país que ocupou a antiga colónia espanhola do Sara Ocidental em 1975, e deverá estender-se por uma semana. Depois dos campos de refugiados, Mistura deverá deslocar-se a Argel e Mauritânia, numa tentativa de encontrar uma solução para o fim do conflito regional mais antigo do norte de África.
O périplo de Mistura acontece num contexto muito diferente de outros levados a cabo por antecessores seus. As tropas marroquinas entraram há um ano na passagem de Guerguerat, uma zona desmilitarizada que Marrocos e a Mauritânia exploram comercialmente, e toda a região está imersa num nível elevado de tensão militar.
A Frente Polisário considerou a entrada das tropas marroquinas - que pretendiam expulsar um grupo de saharauís que protestavam contra a utilização da estrada no território que reivindicam - como uma violação do cessar-fogo assinado em 1991 e lançou uma ofensiva militar contra o muro de separação construído por Rabat no deserto, que ainda continua, um ano depois do incidente inicial.
Na opinião do representante da Frente Polisário junto da ONU e coordenador da missão da ONU para o Sahara (Minurso), Sidi Mohamed Omar, esta visita tem lugar num contexto totalmente diferente dos contextos anteriores.
"Especialmente no que diz respeito ao estado de guerra aberta entre a RASD e o Estado ocupante de Marrocos desde o dia em que Marrocos violou o cessar-fogo em 13 de Novembro de 2020, ao atacar um grupo de civis saharauís", afirmou Omar.
A posição da Frente Polisário - acrescentou - "é sempre a de lutar até à plena independência da República Saharauí". "Estamos numa situação em que não há nem cessar-fogo nem processo de paz e este é um dos grandes desafios que Steffan de Mistura deve enfrentar".

Coreia do Norte dispara mais dois mísseis, quarto lançamento este mês
A Coreia do Norte disparou hoje para o mar o que se suspeita serem dois mísseis balísticos, naquele que é o quarto lançamento de armas este mês, de acordo com o exército da Coreia do Sul.
Os Chefes do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disseram que o Norte terá disparado dois mísseis balísticos de uma área em Sunan, a localização do aeroporto internacional de Pyongyang.
O Gabinete do Primeiro Ministro do Japão também informou que foi detectado um possível lançamento de mísseis balísticos da Coreia do Norte, também sem fornecer mais pormenores.
A Guarda Costeira nipónica emitiu um aviso para os navios que percorrem as águas japonesas para se precaverem.
O lançamento ocorreu após a Coreia do Norte ter realizado um par de testes de voo de um suposto míssil hipersónico a 05 e 11 de Janeiro e também de mísseis balísticos de um comboio, numa aparente represália por novas sanções impostas pelos Estados Unidos Biden na semana passada devido, precisamente, aos contínuos testes.
Pyongyang tem vindo a intensificar os testes nos últimos meses de novos mísseis concebidos para sobrecarregar as defesas antimíssil na região.
Alguns especialistas dizem que o líder norte-coreano Kim Jong-un está a regressar a uma técnica testada e comprovada de pressionar os EUA e os vizinhos regionais com lançamentos de mísseis e ameaças, antes de oferecer negociações destinadas a obter concessões.
Um impulso diplomático liderado pelos EUA com o objectivo de convencer a Coreia do Norte a abandonar o seu programa de armas nucleares entrou em colapso em 2019, após a administração liderada por Donald Trump ter rejeitado as exigências de Kim Jong-un, no sentido de um alívio de sanções importantes em troca de uma rendição parcial das suas capacidades nucleares.
Desde então, o líder norte-coreano comprometeu-se a expandir ainda mais um arsenal nuclear que vê como uma garantia de sobrevivência, apesar do impacto na economia do país devido ao encerramentos de fronteiras relacionados com a pandemia de covid-19 e das sanções lideradas pelos Estados Unidos.
Até agora, o seu Governo rejeitou o apelo da administração de Joe Biden para retomar o diálogo sem condições prévias, dizendo que Washington deve primeiro abandonar a sua "política hostil", um termo que Pyongyang utiliza principalmente para descrever sanções e exercícios militares combinados entre os EUA e a Coreia do Sul.
Na semana passada, o Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções a cinco norte-coreanos sobre o seu papel na obtenção de equipamento e tecnologia para os programas de mísseis do Norte, numa resposta aos testes do Norte no início deste mês.
O Departamento de Estado ordenou sanções contra outro norte-coreano, um homem russo e uma empresa russa, pelo seu apoio mais amplo às actividades de armas de destruição maciça da Coreia do Norte, e a administração Biden também disse que iria avançar com a proposta de sanções adicionais da ONU. (RM /NMinuto)

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