Líderes comunitários moçambicanos na África do Sul querem ser reconhecidos pelas autoridades

Líderes comunitários moçambicanos na África do Sul querem ser legitimados e reconhecidos pelas autoridades dos dois países.

O pedido foi feito, este sábado, na cidade sul-africana de Joanesburgo, num encontro que a Comissão das relações internacionais, cooperação e comunidades da Assembleia da República manteve com os moçambicanos baseados na província de Gauteng.

Os líderes comunitários moçambicanos relataram que chegam a ser detidos no exercício das suas funções, tal como contou Fabiáo Mazivila:

“Enfrentamos muitas dificuldades. Quando andamos pelas comunidades nada nos identifica como líderes. Se houver um problema e na tentativa do líder comunitário  resolvê-lo, acaba também por ser detido pela polícia sul-africana, justamente porque nada o identifica como tal “, disse

Por outro lado, os líderes comunitários moçambicanos na África do Sul solicitam um subsídio.

No encontro com os deputados foi, também, levantado o crónico problema de falta de documentos de identidade moçambicanos e sul-africanos.

Esta é a preocupação de moçambicanos com residência permanente, mas que não conseguem documentos para os seus filhos e dos que entram legalmente na África do Sul, mas não legalizam a sua permanência.

Ilundi dos Santos, que vive na terra do rand, há mais de trinta anos propõe que haja uma solução política para esta questão:

A falta de documentos de identidade tem afectado sobretudo crianças impedidas de prosseguir os estudos.

Os moçambicanos também queixaram-se de ser vítimas de xenofobia; criminalidade proporcionada pela crise de energia; impedimento de desenvolver o comércio informal e complicações com a polícia, já do lado moçambicano.

A presidente da sétima comissão da Assembleia da República, Catarina Dimande, diz que as preocupações dos moçambicanos na África do Sul serão encaminhadas ás autoridades competentes:

Catarina Dimande exorta os moçambicanos que vivem na África do Sul a aderirem ao processo de registo consular e a participarem, activamente, na vida social, económica e política do país. (RM)