Mais de 200 pessoas acusadas de traição devido a protesto na Tanzânia

Publicado: 09/11/2025, 7:44
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Mais de 200 pessoas foram acusadas de traição na Tanzânia, devido aos protestos desencadeados no país depois das eleições gerais de 29 de Outubro, disseram fontes judiciais à agência de notícias France-Presse (AFP).

Na sexta-feira, pelo menos uma centena de pessoas compareceu no Tribunal de Primeira Instância de Kisutu, na capital Dar es Salaam, anunciou o Ministério Público da Tanzânia.

Mais de 250 pessoas foram acusadas de traição e de conspiração para cometer traição em três casos separados, disse o advogado Peter Kibatala à AFP, à saída do tribunal, na sexta-feira à noite.
Fontes judiciais no tribunal de Kisutu disseram à AFP que tinham conhecimento de pelo menos 240 acusações.

De acordo com as acusações, vistas pela AFP, a maioria dos arguidos é suspeita de tentar, a 29 de Outubro, "obstruir as eleições gerais [presidenciais e parlamentares] de 2025 de forma a intimidar o poder executivo".
As manifestações, em alguns casos violentas, eclodiram no dia das eleições e prolongaram-se por três dias em várias cidades do país, tendo sido reprimidas pela polícia com recurso a gás lacrimogéneo e munições reais, enquanto o Governo impôs um recolher obrigatório e interrompeu o acesso à Internet em todo o território.
Pelo menos 150 pessoas morreram em Dar es Salaam durante as mobilizações, confirmaram à agência de notícias EFE, em 31 de Outubro, fontes dos serviços de saúde.

O principal movimento da oposição, o Partido da Democracia e do Progresso (Chadema, em suaíli), acusou as forças de segurança de terem morto até mil pessoas em diferentes pontos do país, detalhou na terça-feira a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW).
A Ordem dos Advogados de Tanganica (Tanzânia continental) confirmou à EFE na quarta-feira que começou a distribuir formulários junto da população para que registem os seus familiares desaparecidos ou alegadamente mortos, face à recusa do Governo em entregar os corpos.
Entretanto, o Chadema denunciou que a polícia tem estado a recolher cadáveres de hospitais para "apagar provas e estatísticas".

Também esta semana, o vice-presidente do Chadema, John Heche, que estava detido, foi acusado de terrorismo.
Na sexta-feira à noite, a polícia indicou que estava à procura de outros membros do partido, incluindo o secretário-geral, John Mnyika, o vice secretário, Amani Golugwa, e a porta-voz, Brenda Rupia, pedindo-lhes em comunicado que se "entregassem imediatamente".

Em Outubro, nas semanas que antecederam a votação, a HRW e outras organizações acusaram o Governo de intensificar a repressão da oposição e silenciar os críticos e os meios de comunicação social.
A Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, foi investida na segunda-feira para um mandato de cinco anos, depois de a Comissão Eleitoral Nacional Independente a ter declarado, no sábado, vencedora das eleições, com 97,66% dos votos, numa votação em que os dois principais opositores ficaram excluídos.
Hassan acedeu à presidência em 2021, devido à morte repentina do antecessor, John Magufuli, de quem era vice-presidente. (RM /NMinuto)

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