6 de Outubro de 2025
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A Associação Económica do Malawi alerta o recém-empossado presidente do Malawi, Peter Mutharika, a agir com urgência, introduzindo políticas fiscais prudentes que possam restaurar a economia do país que está quase em colapso.
A agremiação aponta a disciplina fiscal e a credibilidade por meio de uma gestão de gastos mais rigorosa, orçamentos realistas e práticas de dívida transparentes, como alguns dos passos que devem ser dados a partir de agora, para reverter o cenário económico do país.
A presidente da Associação Económica do Malawi, Bertha Bangara-Chikadza, explicou que a nação enfrentou um período marcado por pressões globais e domésticas sobrepostas, nos últimos cinco anos.
Ela citou défices fiscais persistentes em cerca de nove por cento do Produto Interno Bruto do país, dívida pública crescente em torno de 16 triliões de kwachas, escassez de moeda estrangeira com menos de um mês de cobertura de importação e a inflação crescente em 28,2 por cento, que corroeram o bem-estar das famílias.
Para Bangara-Chikadza a retórica precisa dar lugar a reformas reais na gestão das finanças públicas, caso contrário, a confiança dos investidores permanecerá fraca e o crescimento continuará estagnado.
Um outro economista, Christopher Mbukwa precisou que as reformas económicas devem estar vinculadas a investimentos estratégicos em agricultura, energia e infra-estrutura digital, sectores que, segundo ele, têm enorme potencial para estabilizar o crescimento, criar empregos e aumentar a produtividade.
Para Mbukwa, se a nova administração agir rapidamente, haverá ainda oportunidades de reforma para a reconstrução das reservas cambiais, estabilização da inflação e ampliação da base tributária sem sobrecarregar os poucos contribuintes cumpridores.
No seu discurso de tomada de posse, o presidente do Malawi, Peter Mutharika, reconheceu que o país enfrenta múltiplos desafios, incluindo escassez de divisas e alimentos, e apelou aos malawianos para que tenham paciência, pois irá implementar uma disciplina e trabalho árduo para reconstruir a nação.
Em seu Monitor Económico do Malawi de Julho de 2025, o Banco Mundial alertou que o espaço fiscal do país estava a ser mais estreito do que o de muitos de seus pares regionais, com o déficit aumentando para 10,5% do Produto Interno Bruto, acima dos sete por cento recomendados. (RM Blantyre)
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