Bispos católicos, no Malawi, voltam a lançar duras críticas ao governo do presidente Lazarus Chakwera, e afirmam que os malawianos perderam a esperança com a actual administração.
Numa carta pastoral intitulada “A Triste História do Malawi”, lida em todas as igrejas católicas durante o segundo domingo da Quaresma, a conferência episcopal aponta a falta de uma liderança visionária, a corrupção e um sistema judicial falhado, como sendo os factores que estão a minar o desenvolvimento sócio-económico do país.
A intolerância religiosa, disputas intrapartidárias, vitimização dos idosos e falta de respeito e cuidado com o povo de Deus, são alguns dos pontos que constam da carta dos prelados católicos.
“Em vez de alcançar a terra prometida da prosperidade, ficamos atolados na mesma terra que queríamos deixar, nomeadamente a terra da fome, da doença, da pobreza, da corrupção e afins” lê-se na missiva.
Os bispos católicos, afirmam que carregando o seu papel profético de serem a voz dos que não têm voz, por várias vezes alertaram o presidente Lazarus Chakwera para melhorar a situação sócio-económica do país, mas lamentam ter sido infrutífero, pois os resultados teimam em não aparecer, perpetuando a pobreza dos malawianos.
“Alertamos repetidamente a liderança governamental que, a má governação está a levar o estado da nossa nação a um descalabro, pior do que há quatro anos” diz a carta.
Os prelados católicos não pouparam o judiciário, tendo afirmado que este deixou-se levar com a corrupção, perdeu a sua integridade e está partidarizado e em troca ganham promoções.
A degradação das estradas, as elevadas propinas nas escolas públicas, a redução do poder de compra do kwacha, o nepotismo são alguns males apontados.
Os clérigos dizem que embora os líderes sejam responsáveis por muitos dos problemas, os eleitores também são culpados pela escolha de líderes que não conseguem governar o país.
Em reacção, o porta-voz do governo e ministro da informação, Moses Kunkuyu, disse que o executivo recebeu a carta pastoral com humildade e respeita a posição dos bispos.
“Reconhecemos alguns desafios citados e continuamos determinados a usar a sabedoria dos bispos para continuar a desenvolver o país” concluiu Kunkuyu.( RM Blantyre)
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