Malawi: Chakwera pressionado a apresentar plano urgente para recuperação económica do país

Coligação dos Defensores de Direitos Humanos, braço forte da sociedade civil no Malawi, apela ao presidente da República, Lazarus Chakwera, a apresentar um plano urgente de acção para a recuperação económica do país.

Na impossibilidade de apresentar um plano de acção para a recuperação económica, o chefe de estado deve convocar eleições presidenciais antecipadas.

A Coligação dos Defensores de Direitos Humanos, que liderou as manifestações anti-governamentais que precipitaram a demissão da então presidente da Comissão nacional de eleições, Jane Ansah e à anulação dos resultados das eleições presidenciais de 2019, afirma que Malawi está à beira de ser declarado um estado falido.

Em conferência de imprensa, Gift Trapence, presidente da Coligação dos Defensores de Direitos Humanos no Malawi, acusou o presidente Lazarus Chakwera, de não possuir planos concretos para resolver a crise económica que se instalou no país, fome, escassez de combustível e divisas.

Apela ainda que Chakwera pare de viajar pelo mundo, numa altura em que o país está a braços com a crise de moeda estrangeira.

“O Presidente Lazarus Chakwera deve agir de forma rápida e decisiva. A hora de agir é agora e se não o fizer, o Malawi corre o risco de ser declarado um Estado falhado, incapaz de cumprir o seu dever constitucional, de prover serviços essenciais aos seus cidadãos” -disse Trapence.

Além da escassez de alimentos, divisas e combustível, a Coligação dos Defensores de Direitos Humanos imputa ainda o governo liderado por Chakwera por não administrar a dívida situada em 7,9 triliões de kwachas, numa altura em que a inflação disparou para 29%.

Para Gift Trapence, é convicção da sua organização que a actual abordagem de governação, não vai resolver a crise que se instalou no país e, portanto, o presidente deve activar o sinal vermelho, para encontrar soluções rápidas e agressivas.

Reagindo a este posicionamento, o porta-voz do governo, Moses Kunkuyu, disse que o executivo apreciou as questões levantadas.

Explicou que esta crise, não está abalar apenas o Malawi mas é algo que está se sentir em quase toda a parte do mundo.

Segundo as suas palavras, os problemas que estão a ser enfrentados, foram agravados por factores imprevistos, tendo prometido que o governo usaria os pontos levantados para uma melhor reflexão. (RM Blantyre)