
Moçambique passou a contar, desde esta sexta-feira, 21, com o Centro Africano de Conhecimento, Estudos e Pesquisas (CACEP), uma nova instituição vocacionada para fortalecer a pesquisa africana, promover a difusão científica e impulsionar a reflexão crítica sobre o desenvolvimento económico, social e cultural do país e do continente.
O CACEP tem como missão dinamizar a produção de conhecimento a partir de uma visão africana, garantir a publicação e acessibilidade dos estudos, disponibilizar tecnologias e espaços gratuitos para estudantes, além de incentivar uma cultura de leitura, investigação e criatividade entre os jovens.
Na conferência inaugural, realizada em Maputo, a patrona da instituição e antiga presidente da Autoridade Tributária, Amélia Muendana, afirmou que o centro surge para preencher um vazio histórico de conhecimento produzido, narrado e interpretado a partir da perspectiva africana.
“O CACEP pretende afirmar-se como espaço de referência num período de profundas transformações, reconhecendo a legitimidade das nossas lentes, das nossas narrativas, das nossas epistemologias e da nossa experiência histórica”, disse.
Muendana acrescentou que investir nos jovens é decisivo para construir a soberania futura, assente no pensamento científico, na inovação e na produção autónoma de saberes.
“Este centro não nasce para fechar, mas para se abrir como uma plataforma essencialmente africana e inclusivamente universal”, afirmou.
Por seu lado, a presidente da Assembleia-Geral do CACEP, Noémia Nhatsave, reafirmou o compromisso da instituição em produzir ciência africana de excelência, capaz de dialogar com outras geografias em pé de igualdade e de promover novos modelos de desenvolvimento.
Nhatsave desafiou ainda os investigadores do centro a desenvolver programas dirigidos a diferentes públicos, com particular enfoque em crianças, jovens e mulheres, para estimular o gosto pela ciência, pela pesquisa aplicada e pela escrita académica rigorosa.
(RM/AIM)



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