O Presidente da Frelimo defende que os partidos dos movimentos libertadores da África Austral devem estar atentos aos desafios do cenário político actual.
Entre os desafios, Daniel Chapo destaca o alegado movimento crescente de tentativa de derrube destas formações políticas e a exploração desenfreada de recursos dos países da região.
Daniel Chapo falava, este domingo, em Gauteng na cidade sul-africana de Joanesburgo, último dia da Cimeira dos partidos políticos dos antigos Movimentos de Libertação na África Austral. (RM)
Chapo referiu que a prevalência da pobreza, sobretudo nas zonas rurais e suburbanas, coloca sérios desafios aos partidos dos movimentos de libertação da África Austral nos momentos eleitorais.
Entende, no entanto, que essa situação não pode explicar o ambiente de agitação e instabilidade político que se vive, protagonizada por partidos emergentes, com discursos populistas e radicais, típicos da extrema-direita.
“Evidentemente dos factores que possam ser evocados para caracterizar a actual situação, nós entendemos que os grandes desafios estão dentro dos nossos próprios partidos, aquilo a que nós chamaríamos de questão interna. A questão interna dos nossos partidos caracteriza-se sobretudo pelos conflitos internos entre camaradas, por vezes, entre quadros de direcção dos nossos partidos. Por um lado, estes conflitos acabam criando divisões, desunião e graves problemas de disciplina interna nos nossos partidos. Na verdade, a questão interna tem fragilizado o desempenho dos nossos partidos, em particular em momentos eleitorais. Naturalmente que os partidos da oposição e os interesses que os apoiam não perdem tempo em fazer o aproveitamento dos conflitos internos para tirar dividendo políticos e reinarem “, afirmou.
Chapo disse ainda que é fundamental haver reflexão sobre as vicissitudes do passado, adaptar-se à nova era digital e garantir que os partidos libertadores continuem a ser a referência e a esperança concreta dos povos.
“A promoção de um ambiente de estabilidade e harmonia na nossa região exige a aplicação plena dos marcos legais em vigor. Exige também uma acção decidida no combate aos males que ameaçam a unidade interna dos nossos partidos e minam a confiança do nosso povo”, frisou o Presidente da Frelimo.
Alguns dos males que precisam ser combatidos dentro dos partidos libertadores, para Daniel Chapo, é a corrupção, o nepotismo, o clientelismo e outras manifestações da má governação.
“Como partidos libertadores devemos nos orgulhar das nossas conquistas até aqui alcançadas e ao mesmo tempo encontrar formas de aproveitar plenamente o nosso potencial regional”, concluiu.
Chapo expressou a total disponibilidade da Frelimo em materializar os compromissos da Declaração de Joanesburgo na convicção de que a cimeira seja um marco histórico na consolidação das relações de cooperação e amizade.
A cimeira que terminou este domingo, decorreu sob o lema “Defender as conquistas de libertação, promover o desenvolvimento sócio-económico integrado e fortalecer a solidariedade para uma África melhor “.
A reunião contou a presença das lideranças e /ou representantes dos partidos ANC, da África do sul, FRELIMO, de Moçambique, SWAPO, da Namíbia, ZANU FP, do Zimbabwe, MPLA, de Angola e CHAMA CHA MAPHINDUZI, da Tanzânia. (RM)
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