O Presidente da República, Daniel Chapo, encerrou, esta sexta-feira a sua visita de trabalho de três dias ao Japão com um balanço “extremamente positivo” da participação na 9ª Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento de África (TICAD 9).
A missão reforçou as relações bilaterais, consolidou parcerias económicas e estabeleceu um compromisso para passar da fase das palavras à acção, impulsionando projectos estratégicos que contribuirão para o desenvolvimento sustentável de Moçambique.
Falando durante o balanço da visita, o Chefe do Estado destacou que esta permitiu reforçar ainda mais a amizade e cooperação entre Moçambique e Japão, relações que já duram há mais de 40 anos.
Na ocasião, o Presidente Chapo enfatizou a relevância do Corredor de Nacala, considerado um dos maiores corredores de desenvolvimento da região da SADC, e destacou o interesse japonês em investir na sua expansão.
“É neste âmbito que, durante a Cimeira, começando pelo discurso de abertura, ouvimos o Primeiro-Ministro do Japão [Shigeru ishiba] a fazer referência às potencialidades de Moçambique e, mais concretamente, ao corredor de Nacala […]. Este aspecto chamou-nos a atenção. É verdade que já sabíamos, vínhamos trabalhando com o Japão já há anos, e achamos que é momento de passarmos para a acção e nós vamos trabalhar neste sentido”.
O Presidente da República destacou a actuação da Agência Japonesa para a Cooperação Internacional (JICA) em projectos concretos de reabilitação e ampliação do Porto de Nacala, além de investimentos sociais na educação, fornecimento de material escolar e apoio à saúde.
Além disso, mencionou projectos de grande interesse japonês, como a construção da central de Mpanda Nkuwa com participação da Sumitomo, a Mitsui no Corredor Logístico de Nacala e a participação de 20 por cento da Mitsui no projecto de gás natural liquefeito (GNL) da Área 1 na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, liderado pela Total.
“Há vários outros projectos do sector privado, que empresas japonesas têm participação em Moçambique, e nós achamos que é o momento de trabalhar para que estes projectos se materializem e possamos desenvolver o nosso país”, acrescentou.
O governante explicou que o desenvolvimento do Corredor de Nacala é integrado, abrangendo agricultura, zonas de desenvolvimento acelerado, indústrias, turismo, logística, estradas, linhas férreas, ampliação do porto e zonas francas industriais.
Segundo Presidente da República, o corredor abrange actualmente as províncias de Nampula, Zambézia, Niassa, Cabo Delgado e Tete, e há discussões no Japão sobre a necessidade de estender o corredor regionalmente para Malawi, Zâmbia e até para o sul do Congo.
Ainda durante o balanço, o chefe do Estado destacou os encontros bilaterais com autoridades japonesas, incluindo o Primeiro-Ministro, para apresentar a visão de Moçambique como um hub regional de energia eléctrica, aproveitando hidroeléctricas, gás, energia solar, eólica e carvão.
“Temos, portanto, este potencial, temos a demanda ao nível dos países da região que estão com desafios de energia eléctrica e que a solução está em Moçambique, e que o que nós precisamos é, realmente, investimento.
E o Japão, através do Primeiro-Ministro, mostrou-se disponível em participar financeiramente nesta visão do Governo da República de Moçambique e nós achamos que isto foi muito importante”, disse.
O Presidente Daniel Chapo concluiu destacando o compromisso de transformar os projectos discutidos em acções concretas.
“Temos o balanço preliminar já feito, escrito, onde chegamos a esta conclusão. Vamos ter uma matriz para o seguimento e também um plano de acção, para que nos próximos dias possamos nos reunir em Maputo, com a JICA, com a própria Embaixada do Japão, com todos os parceiros que estão ligados a este país, de forma que possamos dar os passos subsequentes: partir, portanto, desta fase que conversámos, da palavra, para a acção e desenvolvermos o nosso país”. (RM/GI)
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