Quénia conta votos pelo quinto dia com duelo acirrado entre candidatos

Publicado: 14/08/2022, 22:06
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Os dois favoritos nas presidenciais de terça-feira no Quénia trocaram de posição nos resultados oficiais parciais divulgados hoje, mas mantêm apenas três pontos percentuais de diferença, deixando o país na expectativa, com apelos à calma e à união.
Segundo os números hoje divulgados pela comissão eleitoral (IEBC), quando estão contados os votos de quase metade das assembleias de voto, o vice-presidente cessante William Ruto ultrapassou o seu principal rival e conta agora com 51,25% dos votos, contra 48,09% para Raila Odinga, figura histórica da oposição, hoje apoiado pelo Presidente cessante.
No sábado, Raila Odinga tinha 52,54% dos votos (2.288.315 votos), contra 46,76% (2.036.795) para Ruto, em 29,92% das assembleias de voto.
Perante este duelo presidencial, que poderá tornar-se o mais acirrado da história do Quénia, a população aguarda com expectativa.
Após múltiplos apelos à calma e à união dos quenianos, o ambiente no país está hoje pacífico, longe da tensão e violência registada após outros escrutínios da história do país.
Os dois candidatos rivais apareceram hoje serenos e descontraídos em cerimónias religiosas distintas na capital do Quénia.
Cinco dias após 22,1 milhões de quenianos terem sido chamados às urnas, o país espera ainda para conhecer o nome do sucessor de Uhuru Kenyatta, que cumpriu dois mandatos desde 2013 e estava por isso impedido de voltar a concorrer.
A lentidão da contagem dos votos foi atribuída pelo presidente da comissão eleitoral, Wafula Chebukati, aos "agentes eleitorais", observadores da sociedade civil que, disse, questionam em demasia os funcionários da instituição, dificultando o processo.
Com quatro candidatos, a corrida eleitoral resume-se no entanto a um duelo entre dois favoritos: Raila Odinga, de 77 anos, veterano da oposição que recebeu o apoio de Kenyatta na sua quinta candidatura à Presidência; e William Ruto, 55 anos e vice-presidente cessante.
Odinga estava à frente nas sondagens nos dias que antecederam a eleição.
Embora o país seja considerado uma ilha de estabilidade numa região instável, os resultados de todas as presidenciais desde 2002 foram contestados, por vezes com violência.
Em 2007-2008, a contestação dos resultados por Raila Odinga levou a confrontos intercomunitários que fizeram mais de 1.100 mortos e centenas de milhares de deslocados, os piores confrontos pós-eleitorais desde a independência do Quénia, em 1963.
Este ano, a IEBC está sob uma pressão acrescida devido à anulação, pelo Supremo Tribunal, das presidenciais de 2017 por "irregularidades", uma decisão inédita em África.
Na terça-feira, os quenianos votaram para escolher o seu Presidente para os próximos cinco anos, mas também os governadores, deputados e senadores às duas câmaras do parlamento e mais de 1.500 funcionários eleitos locais.
Para ganhar à primeira volta, um candidato tem de recolher mais de metade dos votos e pelo menos 25% nos votos em mais de metade dos 47 condados do país.
Se não houver um vencedor imediato, haverá uma segunda volta num prazo de 30 dias. (RM NMinuto)

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