Ramaphosa espera que Comissão Judicial de Inquérito traga mudanças para a consolidação do Estado de Direito na África do Sul

O Presidente Cyril Ramaphosa diz esperar que a Comissão Judicial de Inquérito, que investiga alegações de corrupção, criminalidade e interferências políticas no sistema de justiça criminal, traga mudanças para a consolidação do Estado de Direito na África do Sul.

Cyril Ramaphosa disse estar convencido de que o desfile de testemunhas possa desvendar muita coisa em torno das graves acusações apresentadas pelo comandante da Polícia de Kwazulu-Natal.

Basicamente, o Tenente-General Nhlanhla Mkhwanazi disse que o crime organizado está infiltrado no sistema de justiça criminal da África do Sul, facilitado por indivíduos que ocupam posições-chave.

Numa entrevista que concedeu á estação pública SABC, Cyril Ramaphosa assegurou que está a acompanhar, com interesse, os primeiros dias dos trabalhos da comissão judicial de inquérito:

“Algumas das coisas que estão a ser ditas são bastante surpreendentes e preocupantes. Mas eu quero ver o quadro completo. Não quero fazer um julgamento apenas com base no primeiro ou segundo dia de apresentação de evidências.  Precisamos analisar tudo de forma holística.  Mas, o lado bom de ter uma comissão, que é chefiada por um juiz, é que eles vão examinar todas as evidências e vão nos apresentar uma síntese do que examinaram e as respectivas recomendações. Então, eu chamaria o processo da Comissão judicial de inquérito de bastante transformador. Isso levará a uma série de mudanças para que o Estado de Direito seja devidamente consolidado no nosso país”, disse.

Ramaphosa acrescentou que quando receber, de forma regular, o relatório faseado da comissão judicial de inquérito vai analisá-lo e agir em torno das recomendações que forem feitas.

Esta quinta-feira, no segundo dia dos trabalhos da comissão, o Tenente-General Nhlanhla Mkwhanazi implicou alguns membros do Parlamento, empresários e membros da corporação em Kwazulu-Natal de interferências em operações policiais e comprometimento de informações criminais. (RM Johannesburg)