Caças norte-americanos realizaram incursão em águas da Venezuela

Publicado: 10/12/2025, 9:27
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Dois caças americanos F-18 Super Hornet realizaram, esta terça-feira, uma incursão em águas da Venezuela, violando a linha de 12 milhas náuticas que demarca o mar territorial, um novo e contundente sinal de pressão ao regime de Nicolás Maduro.

A incursão, segundo a imprensa venezuelana e colombiana, foi registada pelas plataformas de monitorização aérea como o Flightradar24, tendo os caças voado sobre as águas entre Zulia e Falcón, muito perto de Maracaibo, entre a península de Paraguaná e a península de La Guajira.

"Permaneceram na zona realizando várias voltas antes de abandonarem o espaço aéreo venezuelano em direcção ao norte, desligando depois os seus transponders", segundo o canal de televisão colombiano NTN24.
O diário venezuelano El Nacional indica que as aeronaves "operavam sob os códigos hexadecimais AE53C1 e AE1AE7, nos registos ADS-B".

"Ambas partiram do porta-aviões USS Gerald R. Ford (CVN-78), que retomou manobras na zona como parte da mobilização norte-americana destinada a reforçar as operações antinarcóticos e de vigilância estratégica no hemisfério", explica o El Nacional na sua página na internet.
Citando vários analistas, o NTN24 precisa que até o momento os voos dos Estados Unidos tinham respeitado o mar territorial venezuelano, mantendo-se em águas internacionais.

"No entanto, a incursão desta terça-feira foi além e não só entrou no mar territorial, como também nas águas interiores da Venezuela, ou seja, espaços aquáticos considerados parte integrante do território", refere.
O NTN24 explica ainda que "o voo dos F-18 ocorreu perto da base naval Rafael Urdaneta em Maracaibo, a principal base naval do estado de Zúlia, e do Comando da Região Estratégica de Defesa Integral Ocidental" uma "área de grande relevância estratégica devido à presença de unidades de vigilância costeira e fluvial, centros de comando de operações militares, radares e baterias defensivas costeiras".

Também, esta terça-feira, mais cedo, segundo o jornal El Nacional, "um drone militar norte-americano MQ-4C Triton, identificado com o código 169804 BLKCAT6, entrou no espaço aéreo da Região de Informação de Voo (FIR) de Maiquetía, realizando manobras de reconhecimento frente à costa central da Venezuela".

O voo, "foi realizado a grande altitude" e o MQ-4C Triton, segundo o El Nacional, "é um dos sistemas não tripulados mais avançados do inventário norte-americano" cuja "função principal é ISR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento), o que o torna uma plataforma capaz de cobrir milhares de quilómetros quadrados em um único voo", escreve.

No sábado, o ministro venezuelano da Defesa, Vladimir Padrino López, afirmou que as Forças Armadas da Venezuela estão "mais do que preparadas" para defender o país de eventuais agressões de Washington, que acusa de tentar provocar uma mudança de regime.

"Tenho ao meu redor umas Forças Armadas Nacionais Bolivarianas refundadas nos seus valores, nos seus princípios, no seu carácter humanista. Umas Forças Armadas independentistas, com carácter de liberdade e identidade nacional como nunca antes, e hoje mais coesa do que nunca, unida ao povo, unida como nunca antes na história da Venezuela (…) e cada vez mais profissionais, mais populares e mais preparadas para dar uma resposta contundente a quem ousar agredir o espírito nacional, a integridade da pátria, o nosso gentílico", disse à televisão estatal venezuelana.

O Ministro do Interior e Justiça, Diosdado Cabello afirmou que a Venezuela "está em revolução pacífica, mas não em revolução desarmada", assegurando que o país é capaz de "uma resistência activa prolongada".

Washington acusa o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de ser líder do Cartel de Los Soles e ofereceu uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações que levem à sua detenção, mas Caracas nega ter vínculos com o narcotráfico.

No dia 21 de Novembro, a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos instou as companhias aéreas a terem "extrema cautela" ao sobrevoarem a Venezuela e o sul das Caraíbas. (RM/ NMinuto)

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