Livro sobre percurso do cinema em Moçambique é apresentado hoje em Maputo

Trata-se da obra “Abrir os Gomos do Tempo: Conversas Sobre Cinema em Moçambique” que é apresentado hoje no Centro Cultural Português em Maputo, as 18h 30.  A obra é apresentada no âmbito da 3ª edição dos Encontros do Património Audiovisual que decorre em Maputo desde segunda feira, 27 e encerra amanha 31 de Outubro.

De autoria conjunta, Ana Cristina e Rosa Cabecinhas o livro “Abrir os Gomos do tempo: conversas sobre cinema em Moçambique”, tem prefácio do académico moçambicano Nataniel Ngomane e é constituída por um conjunto de conversas com personalidades que marcam a história do cinema moçambicano.

Num conjunto de 340 páginas perfilam depoimentos de Américo Soares, Faria de Almeida, Gabriel Mondlane, Jean – Luc Godard, Joao Ribeiro, Jose Cardoso, Licínio Azevedo, Lopes Barbosa, Luís Carlos Patraquim, Pedro Pimenta, Ruy Guerra e Sol de Carvalho.

A obra destaca também o discurso de José Luís Cabaço, proferido em 1980, quando era ministro da Informação de Moçambique, acompanhado por uma introdução que corresponde a sua leitura actual desse discurso.

Rosa Cabecinhas, uma das autoras do livro, afirma que o livro retrata o nascimento do cinema em Moçambique no período após a conquista da independência nacional.

O volume inclui um conjunto de conversas destinado essencialmente a quem gosta de ouvir contar histórias. São conversas com um forte pendor cinematográfico, não só porque o mote que as atravessa é o cinema em Moçambique, mas sobretudo porque a forma como são reveladas as memórias que habitam esse espaço é também ela, muitas vezes, formulada através de imagens que têm movimento.

As entrevistas foram realizadas por Ana Cristina Pereira, Diana Manhiça, Lurdes Macedo, Maria do Carmo Piçarra, Rosa Cabecinhas, Sheila Khan e Silvia Vieira.

A autora do livro destaca que a outra também é uma homenagem póstuma aos cineastas que construíram para construção de um mundo livre e mais justo. Em homenagem postuna destaca se o cineasta Joaquim Lopes Barbosa, nascido na cidade do Porto em Portugal, onde desde os 15 anos, esteve ligado ao Cine - clube local.

Aos 23 anos, Lopes Barbosa mudou-se para Luanda e, três anos depois, instalou-se em Moçambique, após aceitar um convite para trabalhar no cinema.

O livro “Abrir os Gomos do Tempo: Conversas Sobre Cinema em Moçambique” é apresentada esta noite juntamente com outros livros nomeadamente: “Catembe - esse obscuro desejo de cinema” (2024) de Maria do Carmo Piçarra;  “Cinemas Pós-Coloniais e Periféricos, vol. 4” (2024) de Michelle Sales e Paulo Cunha (org.); “Resistência visual generalizada – livros de fotografia e movimentos de libertação (Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Cabo-Verde (1960-1980)” (2025) de Raquel Schefer e Catarina Boieiro.(RM)