O comandante da polícia na província de Kwazulu-Natal, Tenente-General Nhlanhla Mkwanazi, alerta que o sistema de justiça criminal sul-africano corre o risco de colapsar totalmente.
Mkhanazi defende que acções robustas e urgentes devem ser tomadas para travar o crime organizado.
O alerta foi feito, esta quarta-feira, no arranque das audiências da Comissão Judicial de Inquérito sobre corrupção, criminalidade e interferências políticas no sistema de justiça criminal da África do Sul:
“O meu objectivo é demonstrar que o sistema de justiça criminal tem sido alvo de ameaças contínuas, bem como de sabotagem, que nos acompanham há já um longo período, a ponto de acreditarmos que corre um risco real de colapso total, se nada for feito. Portanto, intervenções eficazes são necessárias para evitar esse resultado”, disse.
O ponto mais alto do primeiro dia das audiências terá sido quando o General Mkwhanazi declarou que existem evidências que comprovam o envolvimento do Ministro da Polícia, Senzo Mchunu, com organizações criminosas:
“A 2 de Janeiro de 2025, não me lembro exactamente a hora, recebi uma mensagem no WhatsApp de um amigo que me enviou o que parece ser uma carta assinada pelo Ministro da Polícia a desactivar a equipa que investigava os assassinatos políticos. Não recebi nenhuma comunicação de ninguém da corporação a respeito da desactivação da equipa. Por isso fiquei surpreso, pois recebi a informação de uma pessoa privada que não está envolvida em operações policiais. Até certo ponto, os associados aos quais me refiro são pessoas associadas ao Ministro e o que demonstra uma das comunicações parece sugerir que o Ministro está totalmente envolvido nas decisões que este sindicato toma. As evidências estão lá registadas, embora algumas delas talvez precisem ser reveladas fora das câmeras, mas as evidências estão lá e vão corroborar com a minha conclusão sobre este assunto”, disse.
O depoimento do General Nlhanhla Mkwhanazi prossegue esta quinta-feira.
Esta quinta-feira é o dia em que o Tribunal Superior de Gauteng vai ouvir os argumentos do partido Umkhonto We Sizwe que solicitou a suspensão dos trabalhos da comissão judicial de inquérito sobre criminalidade, corrupção e interferências políticas no sistema de justiça criminal da África do Sul. (RM Johannesburg)
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