Israel e EUA retomam conversações sobre situação em Gaza

Publicado: 28/03/2024, 14:15
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Os Estados Unidos e Israel retomaram conversações para que as autoridades israelitas se desloquem a Washington, tendo em vista discutir as operações militares na Faixa de Gaza, revelou a Casa Branca. Isto depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, ter cancelado a viagem planeada para esta semana.

“Estamos a trabalhar para encontrar uma data conveniente que obviamente funcione para os dois lados”, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

A nova data ainda não foi marcada. Segundo a Associated Press, o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, e o conselheiro de segurança nacional, Tzachi Hanegbi, farão parte da delegação que se deslocará a Washington.

As conversações foram canceladas depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter reagido com raiva à decisão dos EUA de se absterem na votação do Conselho de Segurança da ONU sobre o cessar-fogo, permitindo a sua aprovação.

Fonte israelita adiantou que a Casa Branca entrou em contacto com o objetivo de marcar uma nova reunião, ao passo que o gabinete de Netanyahu frisou que o primeiro-ministro “não autorizou a partida da delegação para Washington”.

Netanyahu destacou quarta-feira, durante um encontro com o senador norte-americano Rick Scott, em visita a Israel, que a sua decisão de cancelar a viagem tinha como objetivo transmitir uma mensagem ao Hamas de que a pressão internacional contra Israel não o levará a encerrar a guerra sem concessões do grupo militante.

A delegação israelita a Washington deveria discutir uma prometida invasão terrestre da cidade de Rafah, no sul de Gaza, para onde se estão a deslocar milhares de civis deslocados pelos bombardeamentos no norte. Até agora, Israel tem rejeitado os apelos norte-americanos para que cancele a planeada invasão.

No entanto, os Estados Unidos opõem-se a um ataque terrestre em Rafah e insistem no risco de vítimas civis e no aumento do isolamento de Israel, defendendo "alternativas" que visem os últimos redutos do Hamas palestiniano.

"O tipo de missão que poderíamos apoiar é uma campanha muito mais focalizada e limitada que atingiria os mesmos objetivos, mas sem causar danos maciços à população civil", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

Netanyahu avisou, porém, que lançaria uma operação em Rafah com ou sem o apoio político dos Estados Unidos, numa altura em que o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken se encontrava em Telavive. O primeiro-ministro israelita acusou Washington de recuar para “uma posição de principio” ao permitirem que a resolução para o cessar-fogo fosse aprovada sem a condicionar à libertação dos reféns detidos pelo Hamas.

Times of Israel, que cita um relatório egípcio do jornal diário em língua árabe Al-Akhbar, revela que Israel está a preparar uma operação terrestre em Rafah em meados de abril ou início de maio, que terá a duração de quatro a oito semanas, e que será acompanhada por uma retirada da população civil que permanece na cidade.

Desde o início da guerra precipitada pelo ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, a 7 de outubro, que os Estados Unidos têm dado um apoio inabalável a Israel e continuam a fornecer-lhe grandes quantidades de armas.

Mas, perante a amplitude das vítimas civis e a dramática situação humanitária, aumentaram a pressão sobre Israel, apelando nomeadamente para que este país permita a entrega de mais ajuda.

Os Estados Unidos também levantaram a voz, impondo recentemente sanções a vários colonos acusados de violência na Cisjordânia, um território palestiniano ocupado por Israel. No entanto, Joe Biden deixou claro que não utilizará o seu principal meio de pressão: a ajuda militar a Israel.

Desde o início da guerra que a questão está na ordem do dia, com a oposição a colocar a administração democrata de Joe Biden contra a coligação formada por Netanyahu, descrita pelo presidente americano como "o governo mais à direita" da história de Israel.

Uma sondagem da Gallup publicada na quarta-feira, revela que apenas 36 por cento dos americanos aprovam as ações de Israel, em comparação com 50 por cento em novembro.

Os Estados Unidos e Israel também divergem fundamentalmente quanto à situação pós-conflito e à forma de abrir caminho à criação de um Estado palestiniano, ao qual Netanyahu se opõe veementemente. (RM-RTP)

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