Música moçambicana de luto: Morreu Hortêncio Langa

Publicado: 12/04/2021, 18:58
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Morreu na manhã de hoje, aos 70 anos de idade, o conceituado músico moçambicano, Hortêncio Langa, que se encontrava internado no Hospital da Polana Caniço, padecendo de uma complicação pulmonar.

 O facto foi confirmado pelo amigo e referendo Arão Litsure.

 “Ele apanhou de facto pneumonia, baixou no Hospital Central de Maputo e hoje transferiram-lhe para o Hospital da Polana caniço “, disse.

O país perdeu um grande senhor das artes e cultura, o país perdeu um artista multifacetado dono de famosas canções tais como: Hodi, Muhive, Alirandzo e Maputo só para citar alguns temas que fazem toda a diferença no repertório musical nacional.

O seu interesse pela música começou em tenra idade, em Gaza, onde nasceu, influenciado, entre outros pelos Beatles, Rolling Stones, Elvis Presley ou Luís Gonzaga. Os seus irmãos mais novos seguiram também a música: Pedro Langa, integrou o Ghorwane; e Milagre Langa, o Grupo RM.

A sua carreira musical define-se em 1963, quando, em Manjacaze, começou a tocar gaita, guitarra de lata e a cantar. Iniciou-se na guitarra com José Mucavel, seu amigo de infância e com 12 anos, em Chibuto, criou o seu primeiro trio com Wazimbo e Miguel Matsinhe, também seus amigos de infância, os Rebeldes do Ritmo.

Depois de participar em duas bandas enquanto cumpria o serviço militar em Nampula, e da banda afro-rock Monomotapa, com Arão Litsuri, conheceu o seu baptismo internacional, em 1979, quando se desloca a Cuba, Jamaica e Guiana, pouco depois da visita de Samora Machel àqueles países.

Igualmente na década de 1980, Hortêncio Langa fundou o icónico grupo local Alambique. A sua base inicial integrava Arão Litsure, Celso Paco, Childo Tomás e Adérito Gomate.

Nos primeiros anos de independência de Moçambique, Hortêncio Langa destacou-se pela participação na trilogia “Amanhecer”. Em 1980, na companhia de Arão Litsuri e João Cabaço gravou um disco “ao vivo” no festival de Neubrandenburg, na antiga República Democrática da Alemanha (RDA), que marcou uma era.

Com uma vasta produção a solo, abordando problemas do quotidiano moçambicano e amor, Hortêncio Langa explorou também as artes plásticas e a literatura– escreveu Magoda e Luzes de Encantamento.

Por muitos anos, foi secretário-geral da Associaçāo de Músicos Moçambicanos.

Hortêncio Langa além de ser músico formado pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane foi também Docente de História da Música na mesma Instituição, tendo já sido professor de trabalhos manuais e de desenho em algumas escolas secundárias de Maputo.

Nos últimos anos, manteve a sua carreira a solo, com participação em concertos do TP50, conjunto do qual foi fundador.

Hortêncio Ernesto Langa deixa viúva e quatro filhos, três deles também músicos, Xixel, Texito e Dário. (RM)

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