Tanzaniano exige compensação aos EUA por ter ajudado na localização de Bin Laden

Um cidadão tanzaniano ameaça processar os Estados Unidos da América, por não ter recebido 27 milhões de dólares de recompensa, por alegadamente, ter dado informações que ajudaram na localização de Bin Laden, líder do movimento terrorista Al-Qaeda.

Trata-se de Jabaldin Ijengo que afirmou ter desempenhado um papel fundamental na localização de Osama bin Laden, ao fornecer informações à embaixada dos EUA em Dar es Salaam, em 2005.

Segundo o jornal The Citizen desta segunda-feira, ele está agora a ameaçar processar a embaixada por esta alegada falha em recompensá-lo por ter ajudado a localizar o antigo líder da Al Qaeda, o que levou ao seu assassinato em Maio de 2011.

“O não cumprimento disto deixa-me com uma exigência, lamentavelmente, não me deixará outra escolha senão recorrer legalmente, o que pode envolver o início de um processo judicial por sua própria conta e risco, sem aviso prévio”, alertou Ijengo.

A embaixada dos EUA em Dar es Salaam, entretanto, recusou-se a comentar sobre o assunto.

Em entrevista ao jornal The Citizen, Jabaldin Ijengo disse que decidiu manifestar-se publicamente para reivindicar sua recompensa, porque sentiu que estava sendo negado o que merece.

Ele recorda a oferta pública feita pela embaixada, em resposta aos ataques à bomba quase simultâneos de 7 de Agosto de 1998 contra as embaixadas dos EUA em Dar es Salaam e Nairobi, capitais tanzaniana e queniana, respectivamente, quando foi prometida uma recompensa de 27 milhões de dólares por informações que levassem à localização de Bi Laden.

O tanzaniano afirma que desempenhou o seu papel ao fornecer informações aos funcionários da embaixada em Outubro de 2005, que contribuíram directamente para a localização e eventual assassinato de Bin Laden.

"A referida informação foi recebida pelo agente especial da Embaixada dos EUA, Brunn Anne", diz ele na sua carta.

Jabaldin Ijengo acusou a embaixada dos EUA de quebra de contrato e danos pessoais causados pela promessa não cumprida.

Destacou a sua boa-fé e os riscos que assumiu para ajudar na localização de Bin Laden, esperando que a promessa fosse honrada.

E, porque não foi honra, ele exige o pagamento imediato da recompensa de 27 milhões de dólares, tendo fornecido a sua conta bancária para a transferência do valor, e estabeleceu um prazo de 21 dias para que a operação seja feita.

Jabaldin Ijengo esclareceu que esta não é a primeira vez que contacta a embaixada dos EUA em busca de indemnização, a primeira vez foi em Janeiro de 2015, agindo através de um intermediário, mas os seus esforços foram inúteis.

De acordo com o site do Comité Internacional de Resgate, os EUA alegaram que Bin Laden foi localizado em 2011 usando-se inteligência electrónica.

Mas o website internationalrewardcentre.com afirma que o trabalho foi realizado graças a um informante anónimo que entrou na embaixada dos EUA em Dar es Salaam e revelou que o terrorista mais procurado do mundo na altura estava escondido em Abbottabad, no Paquistão.(RM Dar es  Salam)