Rússia acusa EUA de construírem "ameaça permanente" na Europa

Publicado: 16/02/2022, 18:22
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O Conselho de Segurança da Rússia acusou esta quarta-feira os Estados Unidos da América (EUA) de criarem uma "ameaça permanente" a Moscovo ao enviarem para a Europa mais de 60.000 soldados, 250 tanques e 150 aviões de combate.

 

"O seu principal objectivo na Europa é criar uma ameaça permanente ao nosso país", disse o secretário adjunto do Conselho de Segurança, Mikhail Popov, ao diário russo Rossiiskaya Gazeta, citado pela agência espanhola EFE.

Popov disse que desde 2014, o Pentágono (sede da Defesa) "tem vindo a implementar o programa antirrusso 'Dissuasão de Agressão' na Europa, no qual são gastos anualmente entre 4 mil e 5 mil milhões de dólares [3,5 mil e 4,4 mil milhões de euros]".

O conselheiro de segurança russo disse que o próprio nome do programa "contém um significado informativo e propagandístico, destinado a criar a imagem de 'pacificador dos EUA'".

Em 2014, a Rússia invadiu e anexou a península ucraniana da Crimeia, depois de uma revolta popular que levou ao afastamento do então Presidente pró-Moscovo, Viktor Yanukovytch, por se opor à associação da Ucrânia à União Europeia (UE).

Na mesma altura, começou na região oriental ucraniana do Donbass uma guerra separatista pró-russa, com apoio de Moscovo, que provocou 14.000 mortos e 1,5 milhões de deslocados desde então, segundo as Nações Unidas.

Os EUA reforçaram a sua presença militar na Europa nas últimas semanas, na sequência do destacamento de mais de 100.000 tropas russas para as fronteiras da Ucrânia.

No fim de semana, os EUA disseram que têm actualmente 80.000 tropas em vários países da Europa.

Os EUA e os seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) acusam a Rússia de pretender invadir novamente o país vizinho.

A Rússia nega essa intenção e anunciou, nos últimos dois dias, a retirada de algumas dessas tropas das proximidades da Ucrânia, mas sem especificar o número de soldados envolvidos.

Moscovo apresentou várias exigências para resolver a crise, incluindo garantias de que a Ucrânia não integrará a NATO e o fim do programa da Aliança de alargamento para o Leste.

Na entrevista ao diário russo, Popov disse que nos últimos sete anos, houve "um aumento considerável" do número de tropas norte-americanas na Europa, de cerca de 30%, enquanto o número de veículos blindados quadruplicou.

Disse também que os EUA aumentaram os voos estratégicos nas proximidades da fronteira russa e que a NATO "realiza provocações" no Mar Negro.

"Não podemos deixar de notar a considerável activação das Forças Armadas dos EUA", disse o membro do Conselho de Segurança da Rússia.

Segundo Popov, Washington "está a manter as suas armas nucleares tácticas num estado de prontidão, bem como a aumentar as capacidades do segmento europeu do sistema global de defesa antimíssil dos EUA".

Popov também denunciou o aumento das actividades militares dos EUA no Ártico, acusando Washington de querer "desafiar os direitos legítimos da Rússia" para conseguir "acesso ilimitado aos recursos da região e à rota do Mar do Norte". (RM-NM)

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