O Montebelo Indy foi o palco escolhido para o concerto de estreia de Ana Girão, cantora luso-moçambicana que inicia agora uma nova etapa no seu percurso artístico. O espetáculo teve lugar a 25 de Abril — Dia da Revolução dos Cravos — data de grande significado para Portugal e para as antigas colónias, e que, para Ana Girão, simboliza também a sua libertação pessoal e artística, ao assumir uma carreira a solo.
A noite teve início com uma saudação aos presentes por parte de Stewart Sukuma — companheiro e, talvez, pai espiritual da carreira da artista. Sukuma “abençoou” simbolicamente o concerto e chamou Ana Girão ao palco. Vestido vermelho, um cravo projectado no ecrã LED, sala mergulhada na escuridão. Ao fundo, irrompe uma voz potente, nua e sem piedade, que entoa o clássico de Zeca Afonso, Grândola, Vila Morena.
A sala estremeceu. Arrepios e silêncios densos. Todos percebemos, nesse instante, que estávamos prestes a assistir a uma noite memorável de música.
Com sorrisos, elegância, beleza e ousadia, Ana Girão conquistou o palco, interpretando temas marcantes do universo musical português, moçambicano e brasileiro. Entre canções de amor e liberdade, Ana e os seus convidados conduziram o público por uma noite repleta de emoção e reflexão.
Deodato Siquir, baterista de créditos firmados, assegurou o compasso e reforçou os coros com mestria. Ao seu lado, Hélder Gonzaga — o mestre do groove no baixo —, Roberto Chitsondzo Júnior, um guitarrista afinado e de grande sensibilidade, e Nando Morte, que não só brilhou na percussão como trouxe uma dimensão dramatúrgica ao espetáculo. De Portugal, o carismático e respeitado Ruben Alves, pianista de enorme talento e generosidade artística, completou o elenco.
Ruben Alves, Sukuma, Parceria e Entrega
Stewart Sukuma regressou ao palco para cantar ao lado de Ana Girão, agora sua colega de ofício. Foi um momento marcante, repleto de cumplicidade, afecto e compromisso com a qualidade artística. Os aplausos foram entusiásticos e prolongados.
Nessa noite, Sukuma foi um verdadeiro cavalheiro , dando espaço e visibilidade à firmeza e consistência artística de Ana Girão.
Seguiu-se Ruben Alves, que além de integrar a banda, apresentou temas da sua autoria, enriquecidos por arranjos que deixaram transparecer influências moçambicanas, num belo cruzamento de geografias e sonoridades.
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