Artistas lusófonos "bem recebidos" em feira de arte dedicada a África

Publicado: 16/11/2021, 11:09
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Obras de artistas lusófonos como Malangatana, Shikani, Francisco Vidal, António Olé, José Chambel ou Reinata Sadimba marcaram presença na feira AKAA, Also Known As Africa, que acolheu até domingo, em Paris, França,galerias dedicadas às diferentes faces da arte africana.

"A presença dos artistas lusófonos é sempre muito bem recebida. Eles estão presentes desde a nossa primeira edição. Estes artistas têm lugar em França, há cada vez mais um desejo de descoberta", afirmou Victoria Mann, fundadora da feira Also Known As Africa (AKAA), em declarações à agência Lusa.
Esta feira reuniu até domingo no Carreau du Temple, no 3.º bairro de Paris, 40 galerias de arte que representam cerca de 140 artistas, entre eles mais de 20 de origem lusófona. Das galerias que decidiram marcar presença nesta sexta edição do evento, há quatro com cariz lusófono: a galeria Perve, a galeria Movart, a galeria This is not a White Cube e ainda a Krystel Ann Art.
Uma aposta importante destes galeristas que fazem face a um atraso no investimento no mundo das artes lusófonas, face aos universos francófono e anglófono.
"Começa a haver uma presença importante, mas há um espaço desigual. O espaço francófono e anglófono, desde há muito que do ponto de vista académico e político, existe uma agenda na promoção destes artistas e um investimento. No espaço lusófono, existe uma grande carência, o investimento é pouco e são as estruturas que vêm a este tipo e feiras que acabam por ir rasgando caminho", disse Graça Rodrigues, directora artística da galeria This is not a White Cube, com espaços em Lisboa e Luanda.
O desconhecimento dos artistas lusófonos é ainda um problema, mesmo para os artistas mais célebres, segundo Carlos Cabral Nunes, director artístico da galeria Perve.
"O problema da lusofonia e dos artistas de referência de língua portuguesa, com excepção do Brasil, é que, para nós são figuras conhecidas, mas internacionalmente são desconhecidos", indicou o curador.
Para a AKAA, a Perve escolheu três gerações de artistas lusófonos, com obras dos artistas moçambicanos Malangatana e Reinata Sadimba e do artista cabo-verdiano Tchalé Figueira.
"O mercado francês é maior do que o mercado português e achamos que é importante dar a conhecer estes artistas em França. Adoramos Paris porque actualmente é um sítio com menos burocracias como Londres, devido ao Brexit, temos aqui muitos clientes e contactos. Para conhecer os nossos artistas, estas feiras são muito importantes", indicou Janire Bilbao, fundadora e directora da Movart.
Até Paris, a galeria trouxe obras do artista são-tomense Kwame Sousa, do artista moçambicano Mário Macilau, do artista angolano António Olé e ainda da artista angola Keyezua, com uma série de fotografias que representam as mulheres africanas, The Great Mamaaan.
A feira vai agora começar a abrir os seus horizontes não só a artistas africanos, mas todos os artistas com ligações a África, uma oportunidade para as diásporas lusófonas e para os artistas brasileiros também participarem nas próximas edições deste evento.
"Agora o que nos interessa não é a geografia do artista, é o seu laço ao continente, que pode ser construída de formas muito diferentes. Pode ser um laço identitário e cultural, mas pode ser também um lugar de herança e memória", concluiu Victoria Mann. (RM /NMinuto)

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