O governo britânico vai aproveitar a visita do presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, para aumentar os investimentos económicos em energia e infraestruturas naquele país nos próximos três anos.
Segundo o gabinete do primeiro-ministro, Rishi Sunak, vai ser lançada na terça-feira a próxima fase da Parceria Reino Unido-África do Sul, abrindo um maior acesso às empresas britânicas a projectos no valor de até 5.370 milhões de libras (6.200 milhões de euros).
Londres vai também confirmar assistência técnica e financiamento para projectos de hidrogénio verde no país africano, incluindo na formação de mão-de-obra.
Os dois países também vão assinar uma nova parceria de educação para promover o ensino técnico e profissional, impulsionando o emprego de jovens em sectores como a tecnologia verde e automóveis eléctricos.
"A África do Sul já é o maior parceiro comercial do Reino Unido no continente, e temos planos ambiciosos de acelerar o investimento em infra-estruturas e o crescimento económico em conjunto", afirmou o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, citado num comunicado.
Sunak disse querer discutir com o líder sul-africano como "capitalizar oportunidades comuns, desde o comércio e turismo até à segurança e defesa".
Os dois países também vão lançar uma nova Parceria sobre Minerais para Futuras Tecnologias de Energia Limpa para promover uma exploração mais responsável, produção e processamento de minerais na África do Sul e Austral.
Os países africanos estão entre os principais produtores mundiais de minerais essenciais para a produção de hidrogénio e o fabrico de baterias de armazenamento de electricidade.
Ramaphosa chegou esta segunda-feira a Londres acompanhado pela mulher, Tshepo Motsepe, mas a visita de Estado ao Reino Unido de dois dias começa na terça-feira, com um discurso no parlamento britânico e um banquete de Estado no Palácio de Buckingham.
Esta será a primeira vez que o Rei Carlos III é anfitrião de um chefe de Estado estrangeiro desde que subiu ao trono em Setembro após a morte da mãe, Isabel II, em 08 de Setembro.
A anterior visita de Estado de um líder sul-africano foi a de Nelson Mandela em 1996, embora Ramaphosa tenha estado em Londres recentemente para o funeral da Rainha, em Setembro.
Na quarta-feira, o Presidente sul-africano será recebido pelo primeiro-ministro britânico na residência oficial em Londres, em Downing Street, para uma reunião bilateral e almoço de trabalho.
A África do Sul é a segunda maior economia do continente e é o maior parceiro comercial do Reino Unido em África, com trocas comerciais no valor de 10.700 milhões de libras (12.323 milhões de euros euros) anuais.
A visita, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly, "é uma oportunidade fantástica para celebrar os nossos laços, mas também nos permite desencadear um maior crescimento, criar ainda mais oportunidades tanto para as empresas britânicas como sul-africanas, e promover ainda mais a transição da África do Sul para a energia verde".
Ramaphosa realiza esta viagem ao estrangeiro numa altura em que é criticado no país devido à situação económica do país e na sombra de um escândalo que envolveu a descoberta de uma quantidade avultada de dinheiro numa das suas propriedades de luxo, levantando suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro.
Cyril Ramaphosa é acusado de esconder o roubo à polícia e o dinheiro das autoridades fiscais, de organizar o rapto e interrogatório dos ladrões, e de os subornar para se manterem calados, o que o chefe de Estado nega.
O líder de 69 anos procura renovar o mandato no Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), em Dezembro, e se não vencer essa eleição interna, terá de sair da Presidência, seguindo o que aconteceu com Jacob Zuma e Thabo Mbeki, que perderam a confiança do partido e acabaram por renunciar ao cargo. (RM-NM)
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