
O Ministério Público sul-africano diz que está a investigar o perfil do antigo deputado da oposição zimbabweana, Job Sikhala, detido em Pretória.
Job Sikhala, eleito deputado zimbabweano no ano 2000, pelo partido Movimento para a Mudança Democrática, foi detido semana passada, na capital sul-africana, na posse de explosivos, encontrados no interior da sua viatura.
Na mesma operação foi detido um outro indivíduo de 78 anos.
Esta segunda-feira, Sikhala esteve no Tribunal de Pretoria, onde deixou transparecer que vai avançar com um pedido de fiança.
O assunto nem se quer chegou a ser discutido, uma vez que o Ministério Público pretende investigar o perfil de Job Sikhala após tomar conhecimento de que o antigo deputado zimbabweano foi preso várias vezes nos últimos 30 anos.
Por exemplo, o ano passado, o Tribunal de Harare considerou Job Sikhala, culpado de incitar à violência pública, em conexão com os distúrbios de Junho de 2022, desencadeados na sequência do sequestro e assassinato de um activista zimbabweano.
É por isso que a porta-voz do Ministério Público da África do Sul, Lumka Mahanjana, afirmou que a investigação vai determinar se as condenações anteriores de Job Sikhala justificam ou não a contestação ao pedido de fiança que ele vai avançar:
“Basicamente, os dois acusados compareceram perante o tribunal esta segunda-feira e o caso foi adiado para 13 de Novembro, para a apresentação do pedido formal de fiança. Hoje, esse pedido não pôde ser apresentado e nem discutido porque o Estado ainda precisa fazer mais investigações para saber se se oporá ou não ao pedido de fiança quando for apresentada este dia 13”, disse.
Esta quarta-feira, Job Sikhala volta ao Tribunal para apresentar e defender o pedido de fiança.
Na segunda-feira, a ZANU PF, no poder no Zimbabwe, negou que o partido tenha orquestrado a prisão de Job Sikhala, na África do Sul.
É que esta detenção levou alguns grupos de direitos humanos e figuras da oposição no Zimbabwe a descreveram o incidente como uma armação contra Job Sikhala, por ser crítico ao governo do presidente Emmerson Mnangagwa.
O partido ZANU PF defende-se dizendo que tem sido habitual que figuras da oposição procurem transformar casos criminais em alegações de perseguições políticas. (RM Johannesburg)



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