
O processo de selecção do próximo secretário-geral das Nações Unidas (ONU) foi, esta terça-feira, oficialmente lançado, com o envio aos Estados-membros de um apelo para apresentação de candidaturas ao cargo de substituto de António Guterres.
Numa carta conjunta enviada aos 193 Estados-membros da ONU, o embaixador de Serra Leoa, Michael Imran Kanu, atual presidente do Conselho de Segurança, e a presidente da Assembleia-Geral, Annalena Baerbock, "deram início" ao processo de seleção, "solicitando candidatos".
"O cargo de secretário-geral é de grande importância e exige os mais altos padrões de eficiência, competência e integridade, além de um firme compromisso com os objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas", escreveram.
Também exigiram candidatos com vasta experiência em relações internacionais e habilidades diplomáticas e linguísticas.
Embora alguns Estados-membros defendam claramente que uma mulher deverá ser finalmente escolhida para o cargo, essa ideia não é unânime.
"Observando com pesar que nenhuma mulher jamais ocupou o cargo de secretária-geral", a carta simplesmente incentiva os Estados-Membros a "considerarem a nomeação de uma mulher como candidata".
Cada potencial candidato deve ser oficialmente indicado por um Estado ou grupo de Estados, apresentando a sua "visão" e fontes de financiamento.
Vários candidatos já são conhecidos informalmente, incluindo a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, o director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, e a costa-riquenha Rebeca Grynspan, actualmente à frente da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD).
Seguindo uma tradição de rotação geográfica nem sempre respeitada, a posição é desta vez reivindicada pela América Latina.
Mas, embora a carta mencione "a importância da diversidade geográfica", não refere nenhuma região específica.
A carta indica ainda que a Assembleia-Geral e o Conselho de Segurança poderão ouvir publicamente os candidatos, um procedimento de transparência iniciado durante a seleção de 2016 que levou ao primeiro mandato de António Guterres.
Contudo, são os membros do Conselho que iniciarão o processo de selecção "até ao final de Julho" - e, em particular, os cinco membros permanentes com direito de veto (Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França) - que realmente têm o futuro dos candidatos nas suas mãos.
É apenas por recomendação do Conselho que a Assembleia pode eleger o secretário-geral para um mandato de cinco anos, renovável por mais um mandato.
António Guterres assumiu a liderança da ONU em Janeiro de 2017, tendo sido reconduzido para um segundo mandato, que termina no final de 2026. (RM /NMinuto)



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